quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Chegou a hora de fazer?

Todos sabemos que chegamos a um ponto da nossa caminhada colectiva, em Portugal, no mundo, em que não sabemos nem para onde ir nem como recuar até um ponto anterior, mais ou menos seguro, onde possamos pensar sobre o caminho a seguir.
Era bom podermos fazer esse regresso ao passado, talvez até aos últimos anos do século XX, em que tudo parecia correr bem, em que havia emprego, indústria, esperança...
Efectivamente, já estava tudo mal, já ninguém sabia como conciliar uma nova revolução industrial baseada nas tecnologias da sociedade da informação, na automação e na robótica, no desmantelamento das grandes unidades industriais, e na Internet, na globalização da economia, na desmaterialização, com uma população mal preparada para a mudança, com escolas e professores a tentar resistir a essas mudanças, com governos impreparados, a apostar em velhas ideias para resolver problemas novos.
Mas talvez pudessemos começar pelo princípio, pelos jovens, pelos jovens que irão ser professores dos jovens, e construir uma sociedade mais confiante, mais solidária, mais capaz de apostar no futuro e de criar mod(el)os de vida mais viáveis, baseados na circulação da informação e do conhecimento, assentes nos nossos recursos e na sua valorização.
E dar valor aos mais séniores, àqueles que o sistema atira bruscamente para a reforma, sem pensar por exemplo num modelo gradual de reforma parcial que lhes permita passar os seus saberes aos mais jovens de uma forma institucional e inteligente.
Utopia? Não! Fácil de pôr em prática? Também não. Inevitável? Sim, se queremos que a humanidade sobreviva de uma forma digna, pacífica, ordenada, aos desafios que se avizinham.
Deixo aqui uma ideia, simples de realizar, com poucos recursos, e que consiste em reunir jovens desempregados e séniores reformados em equipas mais ou menos homogéneas a quem é colocado o desafio de se organizarem em empresas viáveis e de as colocar em movimento.
Há tantos espaços, em todas as cidades e vilas, desde centros comerciais abandonados até escolas e tribunais sem uso, que poderiam ser os embriões destas novas empresas.
Para fazer o quê? Mas quem melhor que elas para o determinarem?
E o dinheiro necessário será mínimo.
Alguém quer conversar sobre isto num dos próximos dias?