tag:blogger.com,1999:blog-79004137433995310422024-02-19T10:41:14.349+00:00Tirem-me daqui!Os problemas deste País dividido entre o que pensa que é e o que pensa que deve ser!Francisco Restivohttp://www.blogger.com/profile/14361489155421904446noreply@blogger.comBlogger181125tag:blogger.com,1999:blog-7900413743399531042.post-18583604806837098752023-09-29T12:46:00.005+01:002023-09-29T12:46:48.018+01:00Dilemas IA vida é feita de decisões, a maior parte delas aparentemente difíceis e irreversíveis.<div>Nós, que passamos pelo planeta Terra menos de dez décadas, em média, que somos um em oito mil milhões de habitantes vivos, ou um em cento e vinte mil milhões de habitantes passados e presentes, vivemos tempos dramáticos, como se tudo estivesse sobre os nossos ombros, como se cada decisão nossa pusesse em risco toda a humanidade.</div><div>É um facto que a evolução do planeta Terra e de todos os seres que nele habitam, depende das nossas decisões, actuais e passadas, de uma forma altamente complexa. Mas não só. </div><div>Somos um pontinho no espaço.</div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkCHP94PASyIUac9KcthjyBP5y3h_FGp_9-iL3p0TifkK-iW4AcEtn3JVLLX38Gw5Hel2Ox57bgjkb9rpkChyphenhyphengkEeAya7s6tAqpO7C-E8el1CD1YwmcFARFPbAex5Tm_H5hEazxxW5OIKc6d9h-pan6yXk47ULVeOWmUOYnoAtfyfp_7A9B35Qv9QN7A3d/s960/saturno.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="960" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkCHP94PASyIUac9KcthjyBP5y3h_FGp_9-iL3p0TifkK-iW4AcEtn3JVLLX38Gw5Hel2Ox57bgjkb9rpkChyphenhyphengkEeAya7s6tAqpO7C-E8el1CD1YwmcFARFPbAex5Tm_H5hEazxxW5OIKc6d9h-pan6yXk47ULVeOWmUOYnoAtfyfp_7A9B35Qv9QN7A3d/s320/saturno.jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A Terra e a Lua vistas da Cassini a orbitar em Saturno, a 1400 milhões de km, em 2017.</td></tr></tbody></table>Mas sim, temos de tomar decisões, as melhores que soubermos, com o que sabemos.<div>Esta reflexão vem a propósito de uma conversa que segui hoje no X sobre o ensino das disciplinas básicas nos cursos universitários:</div><div>- <i>Devemos defender maior carga horária em disciplinas básicas porque elas que vão permitir que os alunos possam adaptar-se ao mercado de trabalho depois. Não adianta o plano de estudos tentar correr atrás do mercado. É com uma boa base que se dá segurança aos formandos.</i></div><div>- <i>Pensando tanto como discente quanto docente, este "detalhe" é extremamente relevante e complexo. É fundamental que uma base sólida seja construída durante a graduação, pois permite que cada um navegue no que o mercado estiver pedindo quando chegar a hora. </i></div><div>- <i>Mas como aluno é horrível ficar estudando conteúdos de base. É desestimulante, e não adianta dizerem que aquilo é importante.</i></div><div><div>A tendência actual, incrustada nas agências de acreditação e nas comissões de avaliação, é considerar que o plano de estudos e os conteúdos das unidades curriculares são importantíssimos, que a presença ou ausência de uma determinada matéria podem afectar de uma forma grave toda uma geração.</div></div><div>Sou dos que discordo, hoje e sempre, desde o tempo em que faltava às aulas teóricas para ir jogar bilhar no Latino ou no Ceuta, e era apanhado pelo professor, que não percebia o nosso desinteresse.</div><div>É a vida!</div>Francisco Restivohttp://www.blogger.com/profile/14361489155421904446noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7900413743399531042.post-19875760616602996622023-08-30T21:00:00.000+01:002023-08-30T21:00:47.428+01:00After You!"<i>Please, you go first, I will go after you</i>".<div>Estava a ouvir um milionésimo comentário sobre o caso Rubiales (já nem sei como se chama senhora) e achei-me a pensar se ainda será normal deixar a minha vizinha entrar à minha frente no elevador, ou se isso já é um claro sinal de um machismo incurável.</div><div>E de repente recordei-me de um episódio passado comigo no Hotel Mandarin Oriental, em Macau, em 1998, antes da devolução do território à China.</div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhuzV5BwKiVMRJYp3SatJ5GYAa5eSdwt4-zW-J3j5qUo-Ll29SF-16Qox9gBQ_yU36D0eCOKvMfTlfiTg1H_Ow3AXDpOAlylxXd729rj4dL-rra6cfshrFGDsfbqSTiI0M--teOtLzlWXZzNMM-BttS4sf-10X8_nkeh6fPnawcHrgr7uTBqYrRq0QY6st3/s2400/7118FA1E-910B-45B8-9102-6AC7C536AAF1_Fotor.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="2400" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhuzV5BwKiVMRJYp3SatJ5GYAa5eSdwt4-zW-J3j5qUo-Ll29SF-16Qox9gBQ_yU36D0eCOKvMfTlfiTg1H_Ow3AXDpOAlylxXd729rj4dL-rra6cfshrFGDsfbqSTiI0M--teOtLzlWXZzNMM-BttS4sf-10X8_nkeh6fPnawcHrgr7uTBqYrRq0QY6st3/s320/7118FA1E-910B-45B8-9102-6AC7C536AAF1_Fotor.jpg" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Hotel Mandarin Oriental, Macau, 1998</td></tr></tbody></table><div>Quando descia do quarto até ao rés-do-chão, pelo elevador, era normal haver um grupo de hóspedes a querer entrar, mas sem usar o preceito de deixar em primeiro lugar saír as pessoas que o pretendiam, e depois entrar calmamente. E eu, "educadamente", lá me desviava para os deixar entrar mesmo antes de eu próprio sair.</div><div>Comentei isso com um amigo meu que já estava em Macau há algum tempo, que me explicou que tal comportamento até podia ser visto como ofensivo aos olhos desses hóspedes, que mais não faziam que responder ao seu desejo instintivo de uma pequena brincadeira inofensiva matinal, do tipo "vê se consegues sair antes de eu entrar"...</div><div>Nunca mais me esqueci, e sempre olho para os usos e costumes de todos os países como o resultado da sua própria história e vida.</div><div><div><br /></div></div>Francisco Restivohttp://www.blogger.com/profile/14361489155421904446noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7900413743399531042.post-20952915426342359322023-03-23T21:24:00.000+00:002023-03-23T21:24:21.483+00:00Pessoas livres, educadas e cultas Gostava de viver num país de pessoas livres, educadas e cultas. <div>Pessoas livres, que pensem pelas suas cabeças, sem medos.</div><div>Educadas, que saibam como funciona uma comunidade, um país, e que respeitem a identidade dos outros.</div><div>E cultas, que dêem valor à educação e à cultura.</div><div>Tudo menos a cultura do dinheiro e do poder, ou do medo e da intimidação.</div>Francisco Restivohttp://www.blogger.com/profile/14361489155421904446noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7900413743399531042.post-71955680509006471252021-08-01T19:47:00.000+01:002021-08-01T19:47:15.316+01:00Vêm aí as eleições...Estamos num momento estranho da nossa vida política, com um governo cansado, o que não admira, dado tratar-se de um segundo mandato, em condições muito difíceis de uma pandemia para que não há soluções imediatas, e uma oposição, ou melhor, o maior partido da oposição, perdido, sem ideias, com medo de se apresentar como alternativa, tudo fazendo para que o poder não lhe caia nas mãos.<div>Com um líder que não serve, que não quer, que só vê fantasmas, a oposição está condenada a um fracasso gigantesco.</div><div>Mas a democracia exige que haja sempre uma alternativa em que os eleitores também acreditem, que a oposição tenha um líder que se preocupe mais em conquistar os eleitores do que conquistar o governo, pois sem essa clareza vão emergir, e estão a emergir, partidos que só vão confundir os eleitores, que só vão ajudar a perpetuar a solução existente.</div><div>Tarefa difícil a dos eleitores, de não dar uma perigosa maioria absoluta ao governo incumbente, e de enviar à oposição uma mensagem clara de que não serve, sem, ao mesmo tempo, fortalecer outros partidos do lado direito do espectro democrático que nunca serão solução para os nossos problemas.</div><div>Somos um país atrasado, precisamos de apostar tudo na Educação, dos novos e dos menos novos, para podermos competir em pé de igualdade com outros países pelo investimento em actividades com maior índice de produtividade.</div><div><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3ri9ISeoGmkyHnNjaj_3mc8ontp53wpedhBU9GI6Y384geN9CTIoEy8J3wI9S3MtyyiftPt4gdzPBlTQMB_jXGVoGmTDAKU37Z71ip_hrf-onAXyKA6D1fKZx0GxXGCrZd-_xLjOvjIA7/s1784/Screenshot+2021-08-01+at+19.21.42.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="928" data-original-width="1784" height="208" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3ri9ISeoGmkyHnNjaj_3mc8ontp53wpedhBU9GI6Y384geN9CTIoEy8J3wI9S3MtyyiftPt4gdzPBlTQMB_jXGVoGmTDAKU37Z71ip_hrf-onAXyKA6D1fKZx0GxXGCrZd-_xLjOvjIA7/w400-h208/Screenshot+2021-08-01+at+19.21.42.png" title="Dados do Eurostat, 2019" width="400" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Fonte: Eurostat, 2019</td></tr></tbody></table><br /><div>E a educação faz-se com professores, com professores motivados, com professores com autonomia, com professores cientes do seu papel na construção de um país melhor, com professores que saibam despertar nos alunos a vontade de aprender. </div><div>Ora se há domínio em que governo e oposição estão a falhar, é este.</div>Francisco Restivohttp://www.blogger.com/profile/14361489155421904446noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7900413743399531042.post-16480475210683604472021-07-20T01:29:00.000+01:002021-07-20T01:29:02.406+01:00Sim, algo está a acontecer...E chama-se vacinação.<br />Aliás, um simples gráfico, que mostra a evolução do número de óbitos em simultâneo com a evolução do número de elementos da população já minimamente protegidos, isto é, recuperados, ou vacinados, com uma ou duas doses, permite perceber bem o efeito da vacinação na agressividade da doença:<br /><br /><div style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0u5NbKFdnmzMKUCZVaGFobvtGGS-tzFtr0dSxJfSKSwsjJ2lVCSpde0L1x-ag9O2ce2YSDCxIQl4otnnhoE2DL-TE3C872envP_0iRFBbpeLmlg79jf10JJIwHEVQgvhn-mItdzod8stY/s676/CoVid_PT_vacinacao_Jul17.png"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0u5NbKFdnmzMKUCZVaGFobvtGGS-tzFtr0dSxJfSKSwsjJ2lVCSpde0L1x-ag9O2ce2YSDCxIQl4otnnhoE2DL-TE3C872envP_0iRFBbpeLmlg79jf10JJIwHEVQgvhn-mItdzod8stY/s320/CoVid_PT_vacinacao_Jul17.png" /></a></div><div style="text-align: center;">População protegida e média móvel de óbitos de 7 dias</div><br />No cálculo destes números, tivemos o cuidado de considerar que os recuperados há mais de 6 meses são vacinados, e portanto não são considerado no número de recuperados.<br />Se, em vez dos óbitos, considerarmos as camas hospitalares ocupadas<br /><br /><div style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-HLRkZVM1ZgVIkU2mHXsAuqFn8P2jfNAAIcPqXTa8qg08Ex3IyoLM7CEx4fgaXtCsH9Ce5KuU_9YQ5pabEjf3CIgY1d4_EttMlmUpylUFm7FzBgj0Qw_oTdCmmeMflOddILsReGj8_3eo/s676/CoVid_PT_vacinacao_hospit_Jul17.png"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-HLRkZVM1ZgVIkU2mHXsAuqFn8P2jfNAAIcPqXTa8qg08Ex3IyoLM7CEx4fgaXtCsH9Ce5KuU_9YQ5pabEjf3CIgY1d4_EttMlmUpylUFm7FzBgj0Qw_oTdCmmeMflOddILsReGj8_3eo/s320/CoVid_PT_vacinacao_hospit_Jul17.png" /></a></div><div style="text-align: center;">População protegida e camas hospitalares ocupadas</div><div><br /></div><div>podemos contunuara verificar o forte efeito da vacinação no alívio do esforço que se pede aos hospitais do SNS.</div><div>Assim, e não obstante a variante Delta ser a responsável pela maioria dos contágios, parece que o avanço da vacinação não pode deixar de ser considerada na regulação dos <b>comportamentos</b> susceptíveis de propiciar contágios.</div><div>As pessoas sabem avaliar os seus comportamentos, mas têm de ser treinadas na sua avaliação de risco, que, no fundo, passa por uma contabilização dos contactos de risco que cada um tem em cada dia, e por uma consciencialização de que esse número deve ser tão limitado quando possível, e de que o uso de máscara reduz sempre a possibilidade de ocorrer um contágio.</div><div>Não é preciso aterrorizar as pessoas nem atirar-lhes com números e regras que não entendem.</div><div>Os jornalistas, os comentadores, os políticos, na sua maioria, bem que poderiam ter uma atitude mais positiva nesta matéria, em vez de se armarem em profetas da desgraça.<br /></div>Francisco Restivohttp://www.blogger.com/profile/14361489155421904446noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7900413743399531042.post-19066263889001272062021-02-25T14:50:00.003+00:002021-02-25T15:04:05.403+00:00Será que algo está a acontecer?No <a href="http://tiremmedaki.blogspot.com/2021/02/desgoverno.html">último post</a> neste blogue, dizia eu que "O problema é que a comunidade científica alargada, não só epidemiologistas, especialistas em saúde pública, intensivistas, etc, mas especialistas em questões que vão desde a economia à educação, da matemática à ciência de dados, que deve ser ouvida e chamada a propor medidas, não dispõe de dados com qualidade, não conhece os métodos de rastreamento e de registo dos resultados, e não pode sequer questionar a situação sem ser acusada de traição à Pátria...".<div>Bem, ontem a Assembleia da República ouviu "os matemáticos" (quatro, segundo o <a href="https://expresso.pt/sociedade/2021-02-24-Rt-acima-de-11-deve-ser-um-sinal-de-alarme-frisam-os-matematicos">Expresso</a>), e foi anunciada uma iniciativa mundial <a href="https://global.health/">Global.health</a> que anuncia que a sua base de dados CoVid-19 "contains detailed information on over five million anonymised cases from over 100 countries".</div><div>Apresentação aqui: </div><div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><iframe allowfullscreen="" class="BLOG_video_class" height="266" src="https://www.youtube.com/embed/R4jKwfISdts" width="320" youtube-src-id="R4jKwfISdts"></iframe></div><br /></div><div>Com 9 832 294 casos individuais listados, à volta do globo, é um ponto de partida.</div>Francisco Restivohttp://www.blogger.com/profile/14361489155421904446noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7900413743399531042.post-23784858070375282752021-02-23T12:43:00.002+00:002021-02-23T12:58:10.826+00:00DesgovernoChegamos à fase mais crítica da pandemia, e, de repente, não há nada, nem ideias, nem planos, nem testes, nem vacinas, nem governo, nem presidente, nem partidos, um vazio completo.<br /><br /><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8RiHUeZ_w-T1RtiSAl3qNae4tJnxkjI7fxfxmDPCM00efWfuVYW1EUNRPa6WDHsd-BGkOHt_F6BznYTLY73pWP_1F3zw3seXjjyTqIxRhzGc9IE3QQvU6Qc41cQ6Qwx_86A-6DICvq-fb/s693/CoVid_PT_internados_Fev22.png" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi8RiHUeZ_w-T1RtiSAl3qNae4tJnxkjI7fxfxmDPCM00efWfuVYW1EUNRPa6WDHsd-BGkOHt_F6BznYTLY73pWP_1F3zw3seXjjyTqIxRhzGc9IE3QQvU6Qc41cQ6Qwx_86A-6DICvq-fb/s320/CoVid_PT_internados_Fev22.png" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="text-align: start;">Camas ocupadas e médias de 7 dias</span><br style="text-align: start;" /></td></tr></tbody></table><br />Como os números começaram a "descer", apesar de ainda serem elevadíssimos quando comparados com a primeira vaga, e apesar da <b>sobre-ocupação</b> dos hospitais, toda a gente já só fala em "desconfinar".<div><div>Ontem, realizou-se mais uma sessão do Infarmed, daquelas em que um grupo selecionado de "cientistas" vai mostrar que sabe muitos números, que experimentou uns modelos, e mais nada. Se a imagem da ciência em Portugal se resumisse a estas sessões, que mais parecem aquelas sessões paralelas de conferências sem revisão por pares, em que se apresentam titubeantes resultados, estaríamos muito mal.</div><div>O problema é que a comunidade científica alargada, não só epidemiologistas, especialistas em saúde pública, intensivistas, etc, mas especialistas em questões que vão desde a economia à educação, da matemática à ciência de dados, que deve ser ouvida e chamada a propor medidas, não dispõe de dados com qualidade, não conhece os métodos de rastreamento e de registo dos resultados, e não pode sequer questionar a situação sem ser acusada de traição à Pátria...</div><div>E a comunicação social exulta, com números, com opiniões, sem se interrogar sobre o que poderia ser feito e como, e como se vai fazendo noutros países.<br />Mas ontem mesmo, o governo do Reino Unido publicou os seus documentos guia para o desconfinamento em Inglaterra</div></div><div><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://www.gov.uk/government/publications/covid-19-response-spring-2021" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="668" data-original-width="1198" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyKzeyqm8sh9ItByhjcacAMX9pQ2JunsNhPIE9bdyHaRQtuveK7uVgAbibrVUjktc1qE9iHBMhL9cPH6nBTKqynRS7fGtxpkdxoUNN-lskp9ZBHWkyVulPdv_dxWMx44poZBlbltI-upgk/s320/Screenshot+2021-02-23+at+12.24.26.png" width="320" /></a></div><div><br /></div>Vale a pena ler.<div>A situação que vivemos não é substancialmente diferente da de outros países. O vírus não conhece fronteiras, é transportado por pessoas. Há países mais e menos isolados, há estratégias diferentes, há resultados, que podem ser analisados.</div><div><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTN1_SSbnggIFRFK5xugKwuKcH0ykhC6j8cKis5gsrJZBalVV9lQrMf-_JtX20IbrWjwfpE-8MdGZSdsqHlofLNgnwQ01sToR0HYF-wbLBeBf4pgjhYnrfL9_ZzOOdtuZAx5VzeHoTqzzU/s685/CoVid_Europa_2semanas_Fev21.png" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="422" data-original-width="685" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTN1_SSbnggIFRFK5xugKwuKcH0ykhC6j8cKis5gsrJZBalVV9lQrMf-_JtX20IbrWjwfpE-8MdGZSdsqHlofLNgnwQ01sToR0HYF-wbLBeBf4pgjhYnrfL9_ZzOOdtuZAx5VzeHoTqzzU/s320/CoVid_Europa_2semanas_Fev21.png" width="320" /></a></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Indicadores de incidência</td></tr></tbody></table><br />Podemos aprender com outros, não querermos ser os melhores, quando parece que somos os piores.<div>E há as <b>vacinas</b>, já há muitas pessoas vacinadas, brevemente vamos saber o seu verdadeiro impacto.</div><div>Será que, sem desculpas por não dispormos de vacinas, seremos capazes de vacinar em tempo útil, até ao Verão, os tais dois terços da população que nos dariam a imunidade de grupo?</div>Francisco Restivohttp://www.blogger.com/profile/14361489155421904446noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7900413743399531042.post-37358855959936028062020-12-20T00:29:00.006+00:002020-12-20T00:29:38.053+00:00Mais três meses...Há exactamente três meses, lamentava-me eu <a href="http://tiremmedaki.blogspot.com/2020/09/andamos-ha-seis-meses-nisto-e.html">aqui</a> dos 67176 casos e 1888 óbitos CoVid-19 verificados até essa data, e da falta de informação existente sobre o que acontece aos internados, nomeadamente por que porta saem do hospital, se pela porta principal ou pela porta da casa mortuária. <div>Hoje os números são outros, estão confirmados 370787 casos e 6063 óbitos, absolutamente imprevisíveis há três meses, mas as controvérsias continuam. São todos CoVid-19? Há uma caça ao assintomático? E os óbitos, estarão bem classificados? E a estratégia da Suécia já não é inteligente?</div><div><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOkr0o5eiRO1V5ZBi5HNhKBvRZnolHcp2RO1-XSShl0U3HrYdLACvTUAZXHHG2dgqEn0VYqPfP4TnpCfPgJqHhEbfSOSExEyzLCyQfEbKKp7jfLhzqGyZBg5N-1KqLNSPgJP8vR2cELd7f/s769/CoVid_PT_diario_Dez19.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="459" data-original-width="769" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOkr0o5eiRO1V5ZBi5HNhKBvRZnolHcp2RO1-XSShl0U3HrYdLACvTUAZXHHG2dgqEn0VYqPfP4TnpCfPgJqHhEbfSOSExEyzLCyQfEbKKp7jfLhzqGyZBg5N-1KqLNSPgJP8vR2cELd7f/s320/CoVid_PT_diario_Dez19.png" width="320" /></a></div><br /><div>Se olharmos para esta figura, a vaga de Abril já parece insignificante, a vaga de Novembro parece estar a passar, apesar do número de óbitos continuar renitentemente elevado, e aguardamos que uma vacina nos venha ajudar a vencer uma terceira vaga, no primeiro trimestre de 2021.</div><div>O vírus, esse, continua diariamente a aproveitar oportunidades para encontrar novos hospedeiros, indiferente a todas as teorias. As leis do contágio são muito simples, e quando uma pessoa infectada e outra não infectada se encontram, só há dois resultados possíveis, não haver contágio ou ficarem os dois infectados. A situação epidemiológica nunca melhora, qual pingo de tinta num prato de leite.<br /><div>Uma das situações mais perigosa é a das viagens, e já se sabe que em Fevereiro/Março foram as viagens de avião que transportaram o vírus de Wuhan para Milão e de Milão para nomeadamente o Norte de Portugal. Um passageiro infectado, antes de ter sintomas, vai encontrar-se com muitas pessoas, e dar ao vírus muitas oportunidades de saltar para novos hospedeiros, que por sua vez o vão transportar para outros ambientes, e assim sucessivamente.</div><div><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhaVi1WeEF0xFc1K5vZK6sTHnD7KpLPJLKwXQNfA7o7QcLm5mqNEZglEXWXkea_-KiCX0e4T_8RGk35sdrPcEVRblwU5qo4hWmzc4OVCedB87wy_Z3Lf4ZBPPH8dnOWPrbCtAYwvWqRTbZy/s683/CoVid_PT_vigilancia_Dez19.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="431" data-original-width="683" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhaVi1WeEF0xFc1K5vZK6sTHnD7KpLPJLKwXQNfA7o7QcLm5mqNEZglEXWXkea_-KiCX0e4T_8RGk35sdrPcEVRblwU5qo4hWmzc4OVCedB87wy_Z3Lf4ZBPPH8dnOWPrbCtAYwvWqRTbZy/s320/CoVid_PT_vigilancia_Dez19.png" width="320" /></a></div><br /><div>Se somarmos os indivíduos infectados mais os contactos em vigilância hoje, contam-se mais de 450000 pessoas, que não sabemos se ficaram imunizados, nem por quanto tempo, e admite-se que haja bastantes mais que já tiveram contacto com o vírus, sem o saberem.</div><div>A vacina, as vacinas, serão a solução, não porque eliminem o vírus, mas porque o podem tornar mais inofensivo, através da preparação do nosso sistema imunitário para se defender do vírus caso ele tente penetrar no nosso corpo.</div><div>Vai demorar uns meses largos até chegarmos a uma percentagem de população vacinada que nos dê segurança.</div><div>Até lá, a regra é reduzir contactos ao mínimo e reduzir a possibilidade de contágio.</div><div><table border="0" cellspacing="0" cols="1" frame="VOID" rules="NONE" style="font-family: Arial; font-size: x-small;"><colgroup><col width="93"></col></colgroup><tbody></tbody></table></div></div>Francisco Restivohttp://www.blogger.com/profile/14361489155421904446noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7900413743399531042.post-31215842217180767342020-09-19T01:25:00.001+01:002020-09-19T01:25:13.311+01:00Andamos há seis meses nisto, e?...Estou farto de números errados, mal explicados, absolutos, relativos, em percentagem, escalas lineares e escalas logarítmicas, gráficos difíceis de ler, com muita informação, sem informação, sem unidades, sem escalas, por parte de gente que se julga influente, que comenta nas TVs, que diz tudo e o seu contrário.<br />Gosto de olhar para os números da pandemia de um lado positivo, nomeadamente através deste gráfico:<div><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><img border="0" data-original-height="425" data-original-width="679" height="250" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3kpMqEZfGt4E81qnpjJQMcgPteQDo1lbQgJMQXeikFsTHCxRcN574-KnnvJjiSHgLBsavOorn1-O6cf0yw9Ya_pQIApFsX25A5HjqNmXSFzEmLadF-ViWpUG2QhsHGicvOo79Kt3u_OdJ/w400-h250/CoVid_PT_internados_Set18.png" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" width="400" /></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Casos confirmados e internados em hospitais</td></tr></tbody></table><br />Os casos confirmados são a média móvel de 7 dias, para filtrar as variações semanais devidas a circunstâncias externas, e os internamentos, são as camas ocupadas em cada dia, sendo certo que cada paciente ocupa uma cama por um número indeterminado de dias. Assim, sabemos que até esta data houve 67176 casos confirmados, mas não sabemos quantos desses estiveram internados, em enfermaria ou em cuidados intensivos, nem quantas dos 1888 mortes ocorreram num hospital, ou se a diminuição do número de internados se deve por vezes a cura ou a morte de pacientes...<div><div>Sabemos também comparar o número de casos confirmados como número de mortes</div><div><br /></div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><tbody><tr><td style="text-align: center;"><img border="0" data-original-height="422" data-original-width="705" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiq3u1TLppkx5__bkSq8f2cPglhp80iWb5_UkvzD_SlEEWVEsFzP7I2bfa4tZ3-O3i31Bj2RhaPqoe89GPYVQVOdE48_kpB58YYCHd7WSjvDu7rv1QLKS39AN5ZZsBNCmVzudvvU56g2ECC/w400-h240/CoVid_PT_diario_Set18b.png" style="margin-left: auto; margin-right: auto;" width="400" /></td></tr><tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Casos e mortes, médias móveis de 7 dias</td></tr></tbody></table><br /><div>Estas duas figuras permitem afirmar que, estando nós próximos, e podendo mesmo brevemente ultrapassar o número de casos verificado no final de Março e início de Abril, os números que mais contam, os números de internados e de mortes, parecem mais dominados, permitindo pensar que podemos ultrapassar sem grandes problemas essa fase. Uma duplicação do número de casos nos próximos dias pode mesmo não constituir um enorme problema...</div><div>O que é essencial? Por uma lado, aplicarmos as respostas que agora sabemos serem mais eficientes e menos agressivas para os infectados, mais antivirais e anticoagulantes, e menos ventiladores, talvez (com a minha ignorância), e por outro dificultarmos a vida ao vírus, obviamente, percebermos que o vírus é transportado por humanos e que, portanto, o número de contágios depende do número de contactos que cada um tem e da proximidade desses contactos - uma cotovelada é diferente de um abraço forte...</div><div>Já aprendemos grande parte dessas lições: usar máscaras, lavar as mãos, reduzir contactos sociais, ajudam, e muito.</div><div>E reduzir o número de contactos, o que já está a acontecer...</div></div>Francisco Restivohttp://www.blogger.com/profile/14361489155421904446noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7900413743399531042.post-82659785918709125522020-07-20T14:08:00.002+01:002020-07-20T14:09:55.577+01:00A força de uma imagemO ECDC - European Centre for Disease Prevention and Control publica regularmente umas tabelas com os <a href="https://www.ecdc.europa.eu/en/cases-2019-ncov-eueea">dados acumulados nos últimos 14 dias de casos CoVid-19 e de mortes causadas pelo CoVid-19, por 100 mil habitantes</a>.<br />
Sendo o ECDC uma agência da União Europeia, os seus dados são importantes e usados para a tomada de decisões no que ao CoVid-19 diz respeito.<br />
Há uns dias, precisamente no dia 18, traduzi a tabela num gráfico XY, e publiquei esse gráfico com o comentário de que em qualquer das dimensões somos o terceiro pior dos 31 países considerados... (uma verdade)<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhIy6aEimohtFrSuBMGrghuXZ4ptAFqEFHkBfNxRn1Vwd59q2vwjCeew24Fqb_yObhevVfMc4DUrSJ22mp0Nesc0vNk-L1floBWR3WVq-fqw4R6sFuocGldsDMasBrg6YVVwORyU5GDFKLB/s1600/ecdc_Jul18.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="469" data-original-width="598" height="250" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhIy6aEimohtFrSuBMGrghuXZ4ptAFqEFHkBfNxRn1Vwd59q2vwjCeew24Fqb_yObhevVfMc4DUrSJ22mp0Nesc0vNk-L1floBWR3WVq-fqw4R6sFuocGldsDMasBrg6YVVwORyU5GDFKLB/s320/ecdc_Jul18.png" width="320" /></a></div>
<br />
Este gráfico foi partilhado por pessoa amiga no Facebook, e gerou alguns comentários alucinantes, que transcrevo sem mais comentários: "<i>E a Bélgica, não aparece?</i>", "<i>As abcissas estão corrigidas pelo nº de teste por 100k habitantes? Por exemplo na Suécia andam a testar como se não houvesse amanhã, e anda a morrer pouca gente, ocupação de UCIs a descer vertiginosamente, nem surtos nem COVID parties - o pessoal está melhor da cabeça.</i>", "<i>Esse gráfico é FAKE não está no Link</i>", "<i>Já te perguntastes porque é que o Luxemburgo é o pior nos eixos dos x? Será que é mesmo o pior?</i>", "<i>Acho que está é incompleto... Cortaram na parte superior do eixo das mortes por 100k hab... Há vários países acima da Suécia nesse indicador se não estou em erro, Bélgica sendo um deles... Já não é o primeiro gráfico parcial que vejo a circular....</i>".<br />
Deixo a cada um as suas conclusões, fico-me com a constatação de que uma imagem é mais eloquente que muitos números alinhados em tabelas...Francisco Restivohttp://www.blogger.com/profile/14361489155421904446noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7900413743399531042.post-71652917214779634552020-05-10T14:53:00.000+01:002020-05-10T19:11:57.513+01:00R índice 0 e R índice tNão sou epidemiologista, nem matemático, mas estudo sistemas complexos, sistemas com grande número de variáveis e de relações, e formas de os analisar.<br />
Interesso-me especialmente por sistemas sociais complexos, envolvendo actores humanos, cada um decidindo pela sua cabeça, tendo em conta as suas crenças, os seus desejos e as suas intenções.<br />
O contágio numa população, seja de uma doença ou de uma ideia, é um problema complexo, envolvendo muitas variáveis difíceis de controlar, como hoje todos percebemos olhando para a pandemia do CoVid-19.<br />
E todos, políticos, jornalistas, comentadores, falam do R0 como se fosse uma entidade do conhecimento geral, algo de trivial que temos a obrigação de conhecer e entender.<br />
Mas basta assistir às perguntas numa conferência de imprensa da DGS para se perceber que o conhecimento é parco.<br />
Claro que há literatura e documentação, até em Português, cuja leitura seria útil para melhorar a informação que nos é servida à hora do almoço, mas aparentemente isso pouco interessa.<br />
Uma fonte muito útil, em português legível, é o blogue de <a href="https://orcid.org/0000-0002-9246-6777">Tiago Charters de Azevedo</a>, doutorado em Física-Matemática, professor do ISEL, que trata destes e de outros assuntos de uma forma acessível a todos. (ver fonte i))<br />
Encontrei neste blogue a figura seguinte (entre muitas outras)<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMRX34iCQT5kzGaGC6zDAz03GiAMd88DUaUVzc1wYoeRu0Mbl5ci9EQRA9vsG1KqRVLPBDIevNCRqaTgXtgNawSvR5yOyTU62rTIQdh9MGg2LjQX09ZeUScBlLmJP9BkZ_scUPAs9rS9TP/s1600/01-Portugal-Rt-Norte-COVID19PT.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1200" height="300" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhMRX34iCQT5kzGaGC6zDAz03GiAMd88DUaUVzc1wYoeRu0Mbl5ci9EQRA9vsG1KqRVLPBDIevNCRqaTgXtgNawSvR5yOyTU62rTIQdh9MGg2LjQX09ZeUScBlLmJP9BkZ_scUPAs9rS9TP/s400/01-Portugal-Rt-Norte-COVID19PT.png" width="400" /></a></div>
<br />
que mostra a evolução da taxa de transmissão R ao longo do tempo na região Norte. Pois claro! R0 é o valor de R no momento 0 e Rt é o valor de R no momento t. t é o índice.<br />
E como se calcula este Rt, o valor actualizado da taxa de transmissão no momento t? Como sabemos, em média, quantos contágios provoca um infectado no dia t?<br />
Curiosamente, um dos artigos mais citados para este cálculo tem um dedo português, ou melhor, dois, de <a href="https://orcid.org/0000-0001-6176-5160">Luís Bettencourt</a>, membro do Santa Fe Institute, e <a href="https://orcid.org/0000-0002-3988-8241">Ruy Ribeiro,</a> actualmente director do Laboratório de Biomatemática da FMUL. (ver fonte ii))<br />
O cálculo é complexo, e recursivo, tem de assumir qual será o tempo característico de propagação (TCA assume 7 dias) e a partir daí fazer uma estimativa de Rt com base no número de casos do dia t e no histórico anterior, usando (mais fácil dizer que fazer...) probabilidades condicionadas, as velhas fórmulas de Bayes.<br />
Um fonte de inspiração será o código publicado por Kevin Systrom (fonte iii)).<br />
Fica aqui um desafio...<br />
Fontes:<br />
i) Tiago Charters de Azevedo, <a href="https://nexp.pt/ddr/Rt.html">Rt: previsões para que te quero</a> (2020)<br />
ii) Bettencourt LMA, Ribeiro RM (2008) Real Time Bayesian Estimation of the Epidemic Potential of Emerging Infectious Diseases. PLoS ONE 3(5): e2185. <a href="https://doi.org/10.1371/journal.pone.0002185">https://doi.org/10.1371/journal.pone.0002185</a><br />
<div>
iii) Kevin Systrom, <a href="https://github.com/k-sys/covid-19/blob/master/Realtime%20R0.ipynb">Estimating COVID-19's Rt in Real-Time</a></div>
Francisco Restivohttp://www.blogger.com/profile/14361489155421904446noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7900413743399531042.post-4010344031411000392020-05-09T15:15:00.000+01:002020-05-09T17:32:06.258+01:00CoVid-19 update EuropaAgora que há a percepção de que o Coronavírus viajou para a Europa via Milão, a cidade das feiras, e possivelmente via outras cidades da Europa central devido às férias do Ano Novo Chinês que muitos vieram passar junto das comunidades emigrantes, e que se disseminou devido às férias na neve, à Liga dos Campeões, aos concertos, às manifestações, e principalmente devido a uma tardia imposição do isolamento social que permitiria pelo menos parar para pensar, chegou a hora de olhar para as ondas que atravessaram alguns dos países.<br />
Esta figura mostra os casos por dia e por milhão de habitantes em sete países europeus:<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4ZEYyJ8hqygZBuVf7UsNEO7E6PAUvZX74Zcl5zxFLar_9oaXZMKIA8T9P3L2XARlNo5kZdFuhVYIobw9VPc0xsaxWIO1gQM_R8GHmI_up9kcGJp9evZJk2lJHVIdaPY6ivUVJuVZn3BdU/s1600/CoVid_Europa_diario_7paises.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="418" data-original-width="712" height="233" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg4ZEYyJ8hqygZBuVf7UsNEO7E6PAUvZX74Zcl5zxFLar_9oaXZMKIA8T9P3L2XARlNo5kZdFuhVYIobw9VPc0xsaxWIO1gQM_R8GHmI_up9kcGJp9evZJk2lJHVIdaPY6ivUVJuVZn3BdU/s400/CoVid_Europa_diario_7paises.png" width="400" /></a></div>
<br />
Os dados são os obtidos do Worldometers, e mostram bem, por um lado, que estas primeiras ondas estarão a passar, e por outro, que nos últimos dias Espanha e Portugal têm sobressaído negativamente a este respeito, talvez por algum facilitismo característico dos povos ibéricos...<br />
A Grécia, por outro lado, tem números que são um décimo dos números dos outros países, o que é notável.<br />
Também é possível relacionar os números de casos com o número de óbitos, neste caso de todos os países europeus com mais de 1000 casos. São trinta e cinco, no total, e a sua localização neste espaço bidimensional<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzIHNPNVq0qCFak69DfrALdTKpI56-Zyc94RhS0VGTqt5USP61uYg1oKrhtJpKNfKm01q7DPm2oZSfMKfyWOmnJ4kNmQjqDizqh5HYW8rZQKbW_NmzG9pBXo51EPIgmH_najpc9LWY3sgc/s1600/Mortos+vs+Casos+na+Europa+Mai07.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="539" data-original-width="711" height="302" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjzIHNPNVq0qCFak69DfrALdTKpI56-Zyc94RhS0VGTqt5USP61uYg1oKrhtJpKNfKm01q7DPm2oZSfMKfyWOmnJ4kNmQjqDizqh5HYW8rZQKbW_NmzG9pBXo51EPIgmH_najpc9LWY3sgc/s400/Mortos+vs+Casos+na+Europa+Mai07.png" width="400" /></a></div>
<br />
revela a existência de um numeroso grupo de países, entre os quais Portugal, que ficaram abaixo dos 3000 casos e dos 200 mortos por um milhão de habitantes, enquanto que apenas onze estão fora deste grupo.<br />
Caso para pensar...<br />
Fontes:<br />
i) <a href="https://www.worldometers.info/coronavirus/">Worldometers</a>Francisco Restivohttp://www.blogger.com/profile/14361489155421904446noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7900413743399531042.post-19133546450866065852020-05-09T01:29:00.000+01:002020-05-09T01:29:36.008+01:00CoVid-19 update PortugalVou manter aqui, com alguns comentários, gráficos e mapas actualizados sobre a evolução da pandemia em Portugal e no mundo, bem como alguns apontadores para os sítios que considero mais úteis para quem gosta de fazer as suas próprias previsões e tomar as suas próprias decisões, independentemente das sugestões das autoridades, que temos o dever de obedecer, mas não de seguir...<br />
O meu primeiro gráfico é sempre o dos casos <b>diários acumulados</b> c(n) e das suas variações:<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj3n920VKzO1NcMItI2q2YO099WSYWz8FJQukqtsL6Y75UfCO17E_22McVg7aO5ShUE7s66wyykj2ScrJkX3pIv_zRqmC-M-wGl450B5GwvVw_PzkzrFi9vuPTFocGstw9lK5jG-kTyseKy/s1600/CoVid_Portugal_Mai08.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="459" data-original-width="751" height="243" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj3n920VKzO1NcMItI2q2YO099WSYWz8FJQukqtsL6Y75UfCO17E_22McVg7aO5ShUE7s66wyykj2ScrJkX3pIv_zRqmC-M-wGl450B5GwvVw_PzkzrFi9vuPTFocGstw9lK5jG-kTyseKy/s400/CoVid_Portugal_Mai08.png" width="400" /></a></div>
<br />
A azul estão os casos <b>diários</b> d(n) = c(n) - c(n-1) e a verde a <b>variação de casos diários</b> entre dois dias consecutivos v(n) = d(n) - d(n-1), ambos com valores na escala da direita.<br />
Os casos diários sofrem de um variabilidade semanal, dias com mais ou menos testes, dias com mais ou menos registos, de forma que uma <b>média móvel semanal</b> do número de casos pode filtrar certos fenómenos ruidosos com frequência semanal:<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgbUgKXlQm9tUJc8snzdapzeUFCNh8RaRggpt_H_2a0EV8grKBDHRzpPN21nlY8QXv2BgFgQAO90nWZDqb749UnxoHuwjrOkLar0jUfzJRlx6wGVuko4O92gUZveFlVSRM7sUyRi2T91lq6/s1600/CoVid_Portugal_diario_Mai08.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="431" data-original-width="727" height="236" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgbUgKXlQm9tUJc8snzdapzeUFCNh8RaRggpt_H_2a0EV8grKBDHRzpPN21nlY8QXv2BgFgQAO90nWZDqb749UnxoHuwjrOkLar0jUfzJRlx6wGVuko4O92gUZveFlVSRM7sUyRi2T91lq6/s400/CoVid_Portugal_diario_Mai08.png" width="400" /></a></div>
<br />
Nesta figura estão os casos diários do gráfico anterior, agora sob a forma de barras e uma linha azul que representa a referida média móvel a sete dias, que claramente exprime melhor uma tendência.<br />
Outro gráfico que produzo regularmente é o dos <b>casos acumulados por região</b>, sendo aqui visível que cerca de 60% dos casos a nível nacional ocorrem na região Norte<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCmD4-UHxxyJqr3DYzscsjmwyGGZ9Xr8-eUSeGpFB7EMlf_ClMvYSGWR_ZQupFUHtD4XGiTeJwv0OfK3QkWC_gLQMyMPDu9yHQ6S5mO0VU3htTMAUaDYWSef7TstotVSukIVq9CT9P4oF8/s1600/CoVid_Portugal_regioes_share_Ma08.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="400" data-original-width="712" height="223" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgCmD4-UHxxyJqr3DYzscsjmwyGGZ9Xr8-eUSeGpFB7EMlf_ClMvYSGWR_ZQupFUHtD4XGiTeJwv0OfK3QkWC_gLQMyMPDu9yHQ6S5mO0VU3htTMAUaDYWSef7TstotVSukIVq9CT9P4oF8/s400/CoVid_Portugal_regioes_share_Ma08.png" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
Naturalmente, dos <b>doze concelhos com mais de 500 casos</b>, dois estão na região de Lisboa e Vale do Tejo, dois na região Centro e os restantes oito na região Norte</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgD025vKJfNXUiIhg5dSxrLobL39N5p3Jm0g6tqbp5noK42YTiebAVyA_cX1XuvVFn_e23F6J9hqUeYdVqx0ctBQ_m4MGckLt0C1H0j0-wo8SD22H5ZJn3JYwecwlFxj1QO7IQ-NIaMwLSJ/s1600/concelhos500mais_Mai08.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="456" data-original-width="712" height="255" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgD025vKJfNXUiIhg5dSxrLobL39N5p3Jm0g6tqbp5noK42YTiebAVyA_cX1XuvVFn_e23F6J9hqUeYdVqx0ctBQ_m4MGckLt0C1H0j0-wo8SD22H5ZJn3JYwecwlFxj1QO7IQ-NIaMwLSJ/s400/concelhos500mais_Mai08.png" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
Nesta representação, o eixo horizontal representa casos/1M de habitantes e o eixo vertical representa casos/km2, enquanto que o tamanho dos discos é proporcional ao número absoluto de casos.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
Cada um saberá interpretar esta representação.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
Fontes:</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
i) <a href="https://covid19.min-saude.pt/relatorio-de-situacao/">DGS, Relatório de Situação</a> </div>
ii) <a href="https://github.com/dssg-pt/covid19pt-data">DSSG-PT Github</a>Francisco Restivohttp://www.blogger.com/profile/14361489155421904446noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7900413743399531042.post-81659120513318219492020-03-18T15:47:00.000+00:002020-03-18T15:48:02.485+00:00CoronavírusE de repente o mundo inteiro é uma enorme rede de contágio. Uma rede com 7800 milhões de vértices, em que, desta vez, o que conta é a proximidade física e não a ligação virtual.<br />
Um vírus novo salta de um animal para um humano, talvez num mercado de Wuhan, uma cidade chinesa na província de Hubei e depois alastra por todo o mundo de uma forma imparável, saltando de humano para humano, viajando nos transportes públicos, nos aviões, nos navios de cruzeiro, de tal modo que em três meses chegou aos cinco continentes.<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSWg3xu7KQSNywFPodrUFwzPqAfwDjCSIugGeabCSFimvZ_-P1FbeLfLdCSXGrHMvKKsLBCrH9loYvUVorWQFfFFH9swy01VsM9e3_5tzJL-XZii2shkxBS8yXme-5JFiv0M4GL1JiRQ0u/s1600/Screenshot+2020-03-18+at+15.28.47.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1000" data-original-width="1600" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSWg3xu7KQSNywFPodrUFwzPqAfwDjCSIugGeabCSFimvZ_-P1FbeLfLdCSXGrHMvKKsLBCrH9loYvUVorWQFfFFH9swy01VsM9e3_5tzJL-XZii2shkxBS8yXme-5JFiv0M4GL1JiRQ0u/s320/Screenshot+2020-03-18+at+15.28.47.png" width="320" /></a></div>
<br />
Hoje, são mais de 205000 os infectados, e já são mais os casos activos na Europa que no resto do mundo! Um estilo de vida que se baseia muito no contacto social é o cenário ideal para a propagação do vírus. Uma festa, uma conferência, um evento desportivo, são uma oportunidade para o vírus saltar para umas dezenas de hospedeiros novos, que por sua vez vão contagiar outros, e outros, muito antes de serem detectados.<br />
Há muitos dados publicados, muitas teorias sobre o que vai acontecer no futuro, mas gostava muito de saber onde cada um daqueles 205000 foi infectado e onde estava quando foi detectada a infecção. Estes mapas ajudariam muito a preparar as respostas dos sistemas de saúde e a retirar outras lições que os dados disponíveis de uma forma bruta não permitem.<br />
Será que os sistemas de geo-referenciação da Google, do Facebook, ou das operadoras de telecomunicações, não podem libertar esses dados?Francisco Restivohttp://www.blogger.com/profile/14361489155421904446noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7900413743399531042.post-47177691145929308912019-12-31T00:51:00.001+00:002019-12-31T00:54:30.527+00:00O ano 0 e a questão das décadasO sistema de numeração dos anos não é perfeito.<br />
O tempo é marcado pelas voltas da Terra ao Sol, pelas estações do ano, pelos dias, pelas fases da Lua, pela posição dos astros, fenómenos periódicos que sempre intrigaram filósofos, pensadores e cientistas, mas faltava uma origem do tempo com algum significado popular.<br />
O calendário actual baseia-se no calendário Juliano, criado por Júlio César, esse mesmo, com doze meses e 365 dias, e alguns acertos, que decidiu que o ano 1 (1 dC - depois de Cristo) seria o ano em que nasceu Jesus Cristo, e assim pôs ordem e deu uma referência à contagem do tempo, mas não sendo matemático, não sendo o zero um número 'digno', entendeu que o ano anterior a esse seria 1 aC (antes de Cristo), e não o ano 0.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjYIPlIZZgIYIopMLb3sQSDM1CdMrcsx7pXW6tA-ZaGrfrOtoxB6JzFjRSEXEHBK8c3eaI7zRjnSG6gce4ygnp0OXzVrjFLbLClBEyBve35ECPScjsMBszd3i0kQsVDHMv6z_JXHT0XA7lK/s1600/aCdC.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="70" data-original-width="876" height="31" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjYIPlIZZgIYIopMLb3sQSDM1CdMrcsx7pXW6tA-ZaGrfrOtoxB6JzFjRSEXEHBK8c3eaI7zRjnSG6gce4ygnp0OXzVrjFLbLClBEyBve35ECPScjsMBszd3i0kQsVDHMv6z_JXHT0XA7lK/s400/aCdC.png" width="400" /></a></div>
Para fazer com que os dias e meses batessem certo com os textos bíblicos, e outros, o Papa Gregorio XIII decidiu, no século XV, ouvido os sábios, introduzir um ajuste de 10 dias ao calendário, para o equinócio da Primavera passar a ser à volta de 21 de Março, e para que a Páscoa, que é no primeiro domingo depois da primeira Lua cheia, depois daquele equinócio, ocorresse normalmente nos primeiros dias de Abril.<br />
Hoje pensa-se que Jesus Cristo terá nascido por volta de 2 aC. e terá sido crucificado em 7 de Abril de 30 dC ou 3 de Abril de 33 dC.<br />
Outra questão é a da contagem das décadas, dos séculos e dos milénios.<br />
Uma década são dez anos consecutivos. A década de 70 começou em 1970 e terminou em 1979, os anos vinte são a década que se iniciou em 1920 e terminou em 1929. Nestes casos, as décadas têm o algarismo das dezenas constante.<br />
Agora se quisermos contar as décadas desde a primeira (ver figura), a 202ª década dC vai terminar no final de 2020, e daqui decorre uma discrepância entre esta e a outra forma de olhar para as décadas: os anos vinte do actual milénio começam em 2020, mas a 203ª década dC inicia-se um ano depois, em 2021.<br />
Pela minha parte, não tenho problema em que se festejam todas estas décadas...Francisco Restivohttp://www.blogger.com/profile/14361489155421904446noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7900413743399531042.post-19231722318772405752019-12-21T19:37:00.000+00:002019-12-22T15:58:06.567+00:00Os algoritmosSomos governados por algoritmos, desde aqueles que nos recomendam produtos para comprar, livros para ler, filmes para ver, até outros mais sofisticados, de que nem desconfiamos, e que volta e meia nos atrapalham, nos põem à espera, nos deixam sem resposta, nos chateiam, nos telefonam, nos fazem "ofertas", etc, para não falar naqueles que nos tratam da saúde e da vida...<br />
Há-os basicamente de dois tipos, os colaborativos, que se baseiam em similaridades, de clientes ou de produtos, e os baseados em conteúdos, que os tentam agrupar em classes.<br />
Claro que se trata de um jogo complicado, com uma forte componente psicológica, em que a imprevisibilidade dos clientes desempenha um papel complexo, embora não inultrapassável, do ponto de vista estatístico.<br />
Uma versão elaborada destes sistemas, com perfis individuais baseados em dados recolhidos noutros contextos - redes sociais, por exemplo - terá desempenhado papel importante em actos eleitorais recentes, nos Estados Unidos e no Reino Unido.<br />
Estes algoritmos estão presentes no YouTube, por exemplo, com os seus vídeos ou canais recomendados, e que nos permitem deixar arrastar pelas suas sugestões de uma forma passiva.<br />
Importante será saber o que acontece se começarmos num vídeo, num canal, ou numa pesquisa específica, e nos deixarmos conduzir pelas escolhas do algoritmo, nós, que nos interessamos por um determinado assunto, ou um jovem cujos Pais o deixam a ver um vídeo infantil qualquer, sem saber exactamente a sequência de vídeos que o YouTube irá escolher.<br />
Acabo de fazer uma experiência usando uma das ferramentas da colecção <a href="https://tools.digitalmethods.net/netvizz/youtube/">YouTube Data Tools</a>.<br />
Fiz uma pesquisa com os termos <i>Alt + Right,</i> limitada a 100 vídeos relacionados e as relações entre eles, cada um dos quais deu origem a outros vídeos relacionados, num total de 5918 vídeos diferentes, e 116752 relações.<br />
Neste imagem, cada ponto representa um desses 5918 vídeos, agrupados de acordo com o número de relações entre eles<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhq_tVWlaEXJIr2WfJgzH-EWkKID1JIpOw0GAb986cRcd9ClSUzVXftee-4IkdU1-t7s1NCj3cvLd63-bv-n-n5v6jGEhdTONPAURUc34tCi7ndJ8vEewKmQy1yB1he1pgmiGDrf_qTF1qb/s1600/YouTube_AltRight.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="967" data-original-width="1600" height="193" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhq_tVWlaEXJIr2WfJgzH-EWkKID1JIpOw0GAb986cRcd9ClSUzVXftee-4IkdU1-t7s1NCj3cvLd63-bv-n-n5v6jGEhdTONPAURUc34tCi7ndJ8vEewKmQy1yB1he1pgmiGDrf_qTF1qb/s320/YouTube_AltRight.png" width="320" /></a></div>
(usei o <a href="https://gephi.org/">Gephi</a>, e deixei de fora alguns vídeos muito afastados...).<br />
Os vinte vídeos mais visionados são os da imagem seguinte, em que o grau indica o número de vezes que cada vídeo foi visionado, e se indica também o canal YouTube respectivo<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2OqqXSyIpjzbMmohetjOMjLx0M94JWX3WA03mE-deBB9QmYAcsIcDntTQEhehU3vHHuI6oSQIyQERG4WeXLKtrB6oaTWWBSbAnmfZ563kgJsqVnoEUvdN_pT8a7Y4ew9A-FwEo83ClfVq/s1600/YouTube_AltRight_videos.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="384" data-original-width="789" height="193" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2OqqXSyIpjzbMmohetjOMjLx0M94JWX3WA03mE-deBB9QmYAcsIcDntTQEhehU3vHHuI6oSQIyQERG4WeXLKtrB6oaTWWBSbAnmfZ563kgJsqVnoEUvdN_pT8a7Y4ew9A-FwEo83ClfVq/s400/YouTube_AltRight_videos.png" width="400" /></a></div>
As categorias dos vídeos visionados são diversas, com cerca de 50% a pertencer à categoria News & Politics, como seria de esperar<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijtyJwJXyI_gx8lipCsK-KRygQi6TUyJS-50Zhv4-o67cYr8UYi5KZHcqq8Gmr8lK6sr6Zx1ZrfJqsA6pOiCqr03O2I4wBpmxESL6rMYmHldZXazdHB3eH5_Qc2ljzGaAT0Ql2uXZkhN0i/s1600/YouTube_AltRight_cats.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="400" data-original-width="675" height="189" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijtyJwJXyI_gx8lipCsK-KRygQi6TUyJS-50Zhv4-o67cYr8UYi5KZHcqq8Gmr8lK6sr6Zx1ZrfJqsA6pOiCqr03O2I4wBpmxESL6rMYmHldZXazdHB3eH5_Qc2ljzGaAT0Ql2uXZkhN0i/s320/YouTube_AltRight_cats.png" width="320" /></a></div>
Voltarei certamente a este tema...Francisco Restivohttp://www.blogger.com/profile/14361489155421904446noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7900413743399531042.post-3089363369096783072019-11-21T11:54:00.000+00:002019-11-21T11:54:49.927+00:00Não temos tempo?Todos os anos mostro aos meus alunos a versão actualizada do que acontece num minuto de Internet:<br /><div style="text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhsH5QFSo11WU9mh04n3GO-U9nro0qyKZEIsuRNiYH4CRRo3jHXDWJldo6u1L_rmvnZ7S3T_7NeMdr-XDpydF9OLgbyv_-f6UhlfRR372T4HaL2DzAjlGNXWR6z9NbVCzJ_zZqNBdGISD1s/s1600/internet-minute-820.jpg"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhsH5QFSo11WU9mh04n3GO-U9nro0qyKZEIsuRNiYH4CRRo3jHXDWJldo6u1L_rmvnZ7S3T_7NeMdr-XDpydF9OLgbyv_-f6UhlfRR372T4HaL2DzAjlGNXWR6z9NbVCzJ_zZqNBdGISD1s/s320/internet-minute-820.jpg" /></a></div>
Faz-nos pensar que acontecem muitas coisas, demasiadas coisas, dirão alguns, e que cada minuto que paramos a olhar para um acontecimento qualquer faz-nos perder uma infinidade de acontecimentos...<div>
Só que sempre foi assim, sempre aconteceram muitíssimas coisas em simultâneo, com a diferença de que a velocidade de circulação da informação, das notícias, era muito menor.</div>
<div>
(eu próprio estou a escrever esta nota ao mesmo tempo que ouço Corbyn a apresentar o seu Labour Manifesto na Sky News, compro dois livros no Book Depository, despacho o meu e-mail, olho para o Facebook, etc)</div>
<div>
Temos esta necessidade irresistível de fazer <i>browsing</i> pelas páginas de todos os órgãos de informação e não nos determos num ou dois deles, perdemos o gosto pela informação sequencial, saltamos, gostamos de <i>zapping</i>, dos programas gravados, de ver a 1.5x, de avançar "o que não interessa" para chegarmos mais depressa ao fim da história, não temos paciência para um filme completo, ou para uma peça de teatro, em tempo real.</div>
<div>
A não ser que sejam realmente bons, e então até gostamos de repetir, de descobrir novos pormenores, como se estivéssemos a apreciar uma fotografia.</div>
<div>
Então, porque estranhamos a fragmentação dos partidos políticos, dos sindicatos, dos movimentos "inorgânicos", dos coletes amarelos, do tsunami democrático, dos parlamentos, quando tudo isto é previsível, num tempo do WhatsApp, das comunicações instantâneas e globais, em grupos abertos e fechados, onde tudo se pode combinar?</div>
<div>
Eu acho que há tempo para tudo, para a análise e para a síntese, para debater e para estabelecer consensos, nos sítios certos.</div>
<div>
E não gosto de ver o poder político a interferir, a dizer quem são os bons e os maus, qual polígrafo selectivo destinado a convencer os menos preparados - não será o sistema político que precisa de ser reformado?</div>
Francisco Restivohttp://www.blogger.com/profile/14361489155421904446noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7900413743399531042.post-59733918909869495552019-11-18T23:00:00.001+00:002019-11-19T00:56:53.724+00:00ArtistasReparei hoje que há mais de dois anos que não escrevo aqui... tenho andado por outras paragens...<br />
No entanto, relendo as últimas mensagens, parece que nada mudou.<br />
<div>
O governo, continua a espremer tudo o que pode, e assim tentar salvar a pele. Sempre a tratar das consequências, da pobreza, das reprovações, do colapso do SNS, dum estado em que só a autoridade tributária funciona.</div>
<div>
As causas, que estão nas deficiências em educação, cultura, civismo, respeito pelos outros, etc, não interessam.</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi1XIKXaI2a7NT5YewzCZucqTw8cqaX9En87vv81RyYX_8EGXdeaV7GxjL0sQ-yt_zhjUpEGBy3nCiINGsk2sEukO9Hw5rXPIwHixmWdt1zgSfPR2mYE9hq4A3iLFE1yDkVQXHEy61K7-Bq/s1600/P1100489_Fotor.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi1XIKXaI2a7NT5YewzCZucqTw8cqaX9En87vv81RyYX_8EGXdeaV7GxjL0sQ-yt_zhjUpEGBy3nCiINGsk2sEukO9Hw5rXPIwHixmWdt1zgSfPR2mYE9hq4A3iLFE1yDkVQXHEy61K7-Bq/s320/P1100489_Fotor.jpg" width="320" /></a></div>
<div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: x-small;">Casa da Música, Porto</span></div>
</div>
<div>
A oposição, e a oposição da oposição, andam completamente perdidas, sem propostas motivadoras e agregadoras, à espera de uma solução.</div>
<div>
Um desafio imenso, para gerações... </div>
Francisco Restivohttp://www.blogger.com/profile/14361489155421904446noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7900413743399531042.post-33844278895619513372017-06-11T02:10:00.001+01:002017-06-12T21:33:19.407+01:00Para o ano o S. João vai ser num domingo!Um ano dura 52 semanas mais um dia, ou mais dois dias, nos anos bissextos.<br />
Assim, se este ano o S. João é num sábado, para o ano vai ser num domingo. E no ano seguinte numa segunda. Se entretanto ocorrer um ano bissexto, o avanço é de dois dias.<br />
Os anos bissextos ocorrem cada quatro anos, nos anos múltiplos de 4, excepto se forem anos múltiplos de 100 (1900 não foi bissexto) e não múltiplos de 400 (cuidado, que 2000 foi bissexto).<br />
Com algumas excepções, resultantes desta questão da mudança de século, o calendário repete-se cada 28 anos.<br />
Cada um de nós assistirá em média a umas três repetições de calendário.<br />
Como os meses não têm todos o mesmo número de dias, vão começando por um dia da semana diferente obedecendo a uma regra menos intuitiva. Em média, os meses vão-se repetindo de sete em sete. Assim, por exemplo, haverá em média uma sexta-feira 13 de sete em sete meses, ou seja, uma ou duas por ano.<br />
Tudo isto é muito bom, retira-nos da monotonia, obriga-nos a pensar em que dia acaba o mês, em que dia calha o Natal cada ano, em que dia celebramos o aniversário.<br />
O actual calendário - gregoriano - foi introduzido em 1582 pelo Papa Gregório, e não obstante a sua beleza intrínseca, nomeadamente para quem gosta da subtileza dos números, do inesperado dos dias da semana, tem motivado que gente cinzenta, que acha que todo se deve repetir anualmente, trimestralmente, semanalmente, sem estas pequenas surpresas, sem este sal da vida, proponha regularmente alterações ao calendário.<br />
A Liga das Nações há menos de 100 anos, em 1923, estudou este assunto, e considerou 185 ideias de calendários, tendo chegado ao chamado calendário universal, com 4 trimestre de 91 dias, anos de 364 dias, 52 semanas exactas, mais um ou dois dias extra calendário por ano, os dias universais.<br />
<img border="0" height="384" src="https://www.calendario.cnt.br/UNIVERSAL.gif" width="100%" /><br />
Foi um esforço inglório. Nunca foi adoptado. Felizmente. Os meus anos sempre à quarta-feira? A que propósito? Não terei o direito de os fazer em diferentes dias da semana e saborear cada um? Não são todos iguais...Francisco Restivohttp://www.blogger.com/profile/14361489155421904446noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7900413743399531042.post-26870144566659540772017-03-19T02:02:00.000+00:002017-03-19T02:04:27.988+00:00Não sabem que não sabemEstou convencido que toda esta azáfama à volta da operação Marquês resulta directamente do fracasso das investigações do caso Freeport, já que o ónus de outro insucesso recaíria directamente sobre a equipa de procuradores e investigadores, onde há elementos comuns aos dois casos.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSkrRsM5i4ZUpSIT8T_N1CSjGrJujgs9JVvqLglrNkwkPvwCE1oZouFdK_87vZ_hN2wtuIj1GGkI5UZ2PfgS0MsdfJsOqivFzOd2zBAOk1h9JvTftcLWY-beVUKn4FUrM4VZorh0caL_2i/s1600/DSC09166.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSkrRsM5i4ZUpSIT8T_N1CSjGrJujgs9JVvqLglrNkwkPvwCE1oZouFdK_87vZ_hN2wtuIj1GGkI5UZ2PfgS0MsdfJsOqivFzOd2zBAOk1h9JvTftcLWY-beVUKn4FUrM4VZorh0caL_2i/s320/DSC09166.JPG" width="320" /></a></div>
Mas não acredito que estes crimes, que envolvem trocas de informação, pagamentos, ocultação de provas, dissimulação de operações, redes de empresas, reais ou fictícias, <i>offshores</i>, gente especialista neste universo, profissional da realização de operações obscuras, no limite da legalidade, programas informáticos que geram automaticamente operações sobre operações, milhões de <i>e-mails</i> cuja leitura pelos investigadores do DCIAP é morosa e difícil, possam ser facilmente identificados e confirmados.<br />
Aquela <a href="http://expresso.sapo.pt/dossies/diario/pj-encontrou-caixas-de-ricardo-salgado-com-papeis-para-destruir=f882998">migração dos headquarters do grupo GES para um hotel do Estoril</a> denotava o volume e a complexidade das operações que estes financeiros são capazes de originar.<br />
No entanto, hoje, nas nossas principais universidades, e nomeadamente nas três clássicas, há <i>know how</i> que poderia contribuiria decisivamente para a desmontagens destas operações complexas.<br />
O seu não envolvimento nestas investigações assusta-me.<br />
Os maiores ignorantes são os que não sabem que não sabem, e esses, encontramo-los todos os dias e em toda a parte.Francisco Restivohttp://www.blogger.com/profile/14361489155421904446noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7900413743399531042.post-52279547109776904492017-02-11T01:14:00.000+00:002017-02-11T01:14:03.687+00:00Um novo sistema políticoPrecisamos de um novo sistema político, mais leve, que aproxime os eleitos dos eleitores, sem a intermediação perniciosa dos partidos.<br />
Os partidos, todos, diria, consideram que os eleitos são seus representantes, pessoas às suas ordens, que se devem limitar a proceder e a votar de acordo com as directivas que recebem, sem discutir, sem direito a voz própria.<br />
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Mas os eleitos, com programas, representam os seus eleitores, e não os partidos, e devem ser julgados, individualmente, pelo que fizeram, ou deixaram de fazer, no fim de cada mandato.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3RWP6OhkI8dtXfk5rYBG7mFU-p53zYVLcoupM577tQMM1ZbJ6rvCARlwlhiZBqwU8-fjEkImeZxbFvC485dmqxcSD-Fr5MvNr7fNOfmhD0BuImkRrpx90bA_vw3zYsAB11lLNrai2zk6O/s1600/DSC07552.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3RWP6OhkI8dtXfk5rYBG7mFU-p53zYVLcoupM577tQMM1ZbJ6rvCARlwlhiZBqwU8-fjEkImeZxbFvC485dmqxcSD-Fr5MvNr7fNOfmhD0BuImkRrpx90bA_vw3zYsAB11lLNrai2zk6O/s320/DSC07552.JPG" width="320" /></a></div>
Os eleitos podem, ou devem, diria, estar comprometidos com ideias ou programas de partidos, que ajudem a formar correntes de opinião e ajudar a discussão. Mas só isso.<br />
Admiro o sistema inglês. O país está dividido em circunscrições eleitorais, tantas quantas os membros do parlamento, e cada uma elege o seu. A uma volta, ponto final. Se falecer, se ficar impedido, elege-se outro. Não há suplentes, não há listas, não há políticos à boleia.<br />
Costuma apontar-se que este sistema de listas uni-nominais, sem segunda volta, concentra os votos em dois partidos, como se fosse o sistema que condiciona os eleitores e não os eleitores que usam o sistema. Mas nada é mais falso. Basta ver quantos partidos participaram nos debates eleitorais nas últimas eleições gerais, e a composição dos últimos parlamentos.<br />
Esta pureza do voto representativo, o meu membro do parlamento, eleito sem segunda volta, sem arranjos, existe desde a Magna Carta, com pequenas variações, e está na base da rejeição pelos ingleses do parlamento europeu, dos parlamentares eleitos por listas, e dos comissários europeus, gente que nem sequer foi submetida a um escrutínio.<br />
Sou daqueles que há muito tempo defende a adopção deste sistema em Portugal, sem círculos nacionais, ou outras heranças da partidocracia reinante.<br />
Vivi alguns anos em Inglaterra. Assisti a grandes batalhas eleitorais. Vi a senhora Thatcher ser eleita. Vi o sistema em pleno funcionamento. E não tenho dúvida que seríamos muito melhor governados.Francisco Restivohttp://www.blogger.com/profile/14361489155421904446noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7900413743399531042.post-58997737657336928522017-01-27T22:24:00.000+00:002017-01-27T22:24:59.343+00:00Realidade virtualDiz-se que estamos na hora da realidade virtual, dos equipamentos de realidade virtual, de um novo mundo virtual que se sobrepõe à realidade física, palpável, terrena, de todos os dias.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5hHZlaWbEVtu9vRGQx5AeJiA18wEb7o-d_HAVaEDum4HQWAPJB_ngUB56AgP4V2Iivuq0SCxJR_AIdS3ZvA1xdrWV2xP_3Y-6kA3qemqMnAXVfrkWxDJ53xTvOKSAerIAgP-4X2JF_L-J/s1600/DSC03063.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5hHZlaWbEVtu9vRGQx5AeJiA18wEb7o-d_HAVaEDum4HQWAPJB_ngUB56AgP4V2Iivuq0SCxJR_AIdS3ZvA1xdrWV2xP_3Y-6kA3qemqMnAXVfrkWxDJ53xTvOKSAerIAgP-4X2JF_L-J/s320/DSC03063.JPG" width="320" /></a></div>
No entanto, a realidade virtual é possívelmente a conquista mais antiga da humanidade.<br />
O que é a memória, senão uma realidade virtual? Ou um texto escrito, um poema, um romance, uma história, que nos transporta para um universo só nosso, pelas mãos do seu autor? Ou uma imagem, uma fotografia, uma pintura? Ou um som, a abertura de uma sinfonia, que nos leva para uma sala onde nunca estivemos, um ruído de fundo, uma voz que canta? Um cheiro. Um toque.<br />
Um livro não é um papel impresso. Uma pintura não é uma tela pintada. A realidade "real" é essencialmente virtual.<br />
E esses equipamentos que se anunciam são enormes limitações a esta vivência, porque tentam fixar a nossa atenção, a nossa imaginação, reduzindo-a a um cenário imposto, estranho, contraproducente.Francisco Restivohttp://www.blogger.com/profile/14361489155421904446noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7900413743399531042.post-20557932436093686642017-01-19T21:34:00.000+00:002017-01-19T21:34:17.964+00:00PerspectivasAgora está na moda criticar as opções dos outros em vez de reflectir sobre as próprias opções.<br />
Não alinho nesses peditórios, porque quero para mim próprio o direito de decidir sobre as minhas opções, sejam elas certas ou erradas, seja isso o que for.<br />
Normalmente não há uma única alternativa, há múltiplas perspectivas, e aqueles que pensam o contrário estão redondamente enganados.<br />
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A dúvida faz parte da nossa própria natureza.<br />
No entanto, há um "coro" de detentores da verdade nas chamadas redes sociais, seja a propósito da eleição de um qualquer presidente seja num fora de jogo futebolístico milimetricamente julgado.<br />
Quando um meu aluno não sabe resolver um problema que eu lhe proponho, eu penso em primeiro lugar que eu próprio falhei, pois se eu lhe propus o problema é porque estava convencido de que ele o saberia resolver.<br />
No jogo político, a situação é semelhante. Se os eleitores não escolhem a opção que os governantes em fim de mandato preferem, estes deveriam interrogar-se em primeiro lugar a eles próprios.<br />
Ou será que alguém pensa que num mundo ideal todos terão a mesma opinião, as mesmas certezas, os mesmos desejos, as mesmas intenções?<br />
Eu acho que não. Que o mundo é muito mais belo.<br />
E que a incerteza é mesmo a única certeza.Francisco Restivohttp://www.blogger.com/profile/14361489155421904446noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7900413743399531042.post-79199304970462289622017-01-14T12:45:00.001+00:002017-01-14T12:45:20.598+00:00JornalismoNão sou jornalista, mas sou leitor compulsivo de jornais, desde O Primeiro de Janeiro, que comecei a ler com quatro anos de idade, pelas mãos da minha Avó paterna. Lia tudo, desde a necrologia até às cotações dos títulos de dívida pública.<br />
Entretanto, o mundo mudou várias vezes, mas continuo a comprar e ler diariamente o Público, porque gosto de ler notícias tratadas por bons jornalistas, com os factos verificados, com os títulos adequados, sem confusão entre notícia e opinião.<br />
Ultimamente, o Público tem vindo a resvalar para um jornalismo com agenda que me desagrada, e tenho-o comentado regularmente. Gosto de ler opiniões, valorizo opiniões, independentemente de concordar com elas, mas não gosto nada de ser enganado, seja por notícias não verificadas, seja por plágio de outras notícias, seja por opiniões disfarçadas de notícias.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhAL2QBsy7EMMBOPMKGpM_2_pGWpuLhzDRQN5oXPWXgg6kiqHYkevHOD-Fxw0ENFdUDlIeYzkoznk1V5Hwkzvi0YR-mAZmY1TgNtleumUipXxJL-VZhY0xh4P-VP1uY0CRU4JiMsW9hmdbo/s1600/DSC08437.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhAL2QBsy7EMMBOPMKGpM_2_pGWpuLhzDRQN5oXPWXgg6kiqHYkevHOD-Fxw0ENFdUDlIeYzkoznk1V5Hwkzvi0YR-mAZmY1TgNtleumUipXxJL-VZhY0xh4P-VP1uY0CRU4JiMsW9hmdbo/s320/DSC08437.JPG" width="320" /></a></div>
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Dezanove anos depois, os jornalistas estão reunidos em congresso. Pouco noticiado, diga-se de passagem. Fico com a ideia de que estão a descobrir que o mundo mudou.</div>
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Claro que o mundo mudou, e toda a gente o sabe. A Internet mudou tudo, desde os taxis aos alojamentos, desde a compra de livros à formação de opinião, pondo em causa modelos de negócio baseados na intermediação, e estimulando o aparecimento de novos produtos e modelos de negócio.</div>
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Entretanto, os meios de comunicação social, que vivem muito da publicidade, deixaram a Google e o Facebook absorver grande parte dessas receitas, praticamente sem contrapartidas, e ainda não conseguiram desenhar esses novos produtos que permitirão aos melhores sobreviver.</div>
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Acho que vamos continuar à espera...</div>
Francisco Restivohttp://www.blogger.com/profile/14361489155421904446noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7900413743399531042.post-49154790332643272142017-01-09T14:39:00.000+00:002017-01-09T14:39:25.171+00:00Existe um mundo do outro ladoEste País que não cresce, que não tem ideias, que não tem políticos, que não se revolta, que espera com indiferença o pior e o melhor, que vive do futebol de bancada, dos insultos nos debates televisivos, das casas de segredos, dos crimes feitos novelas, das tricas, dos "famosos", parece que não tem emenda.<br />
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbJtnp0GV1CWfATxJp3r4veG6tQMy0-CknTMPwCRNXUt_wgYksQpuH9GqJcgcwTdaamSvYRgpCEqHf7kfyZJKRLvcvE7G1cmMxqTc8U6BCO3wb_W0WNiu8h0N61FTWcBkztZu4QzLlm09E/s1600/DSC09592.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbJtnp0GV1CWfATxJp3r4veG6tQMy0-CknTMPwCRNXUt_wgYksQpuH9GqJcgcwTdaamSvYRgpCEqHf7kfyZJKRLvcvE7G1cmMxqTc8U6BCO3wb_W0WNiu8h0N61FTWcBkztZu4QzLlm09E/s320/DSC09592.JPG" width="320" /></a></div>
Estamos presos, não sabemos como passar para o outro lado, nem sabemos mesmo se haverá outro lado, mas há!<br />
Há, mas o caminho é longo. Afastamo-nos muito, andamos entretidos a fazer o fácil, a pedir dinheiro emprestado e encaminhá-lo para o bolso de alguns espertos, sejam eles GES, BPN, amigos da CGD, titulares de cargos políticos que preferiram o caminho da corrupção, e que fizeram as leis que lhes permitiram "legalizar" os seus golpes, através de um estado monstro, através de obras de betão, planos de recuperação, insolvências fraudulentas, negócios inexplicados, empréstimos sem garantias, e uma lista infindável de artimanhas todas com o objectivo de desviar os recursos de todos para os bolsos de alguns.<br />
Mas hoje, em que a ameaça de juros da dívida cada vez mais elevados, com um serviço da dívida verdadeiramente sufocante, esse caminho fica cada dia mais difícil.<br />
Era bom pensarmos nisso!Francisco Restivohttp://www.blogger.com/profile/14361489155421904446noreply@blogger.com0