Uma vez que todos os votos contam, mesmo os nulos e os que não se depositam nas urnas, fala-se agora muito em voto útil. Mas estamos numa situação em que o voto útil não é fácil de decidir. Parecendo que a grande maioria das pessoas pretende hoje que Sócrates ou Manuela governem, mas sem maioria absoluta, a questão é, pois, como é que se consegue um resultado destes?
Como se todos os que pretendem um governo Sócrates, ou Manuela, com maioria relativa, votarem Sócrates, ou Manuela, pode muito bem acontecer que essa maioria se transforme em absoluta, há aqui um problema de inteligência colectiva que não é fácil de equacionar.
Há dois tipos básicos de comportamento humano que aqui se confrontam, tal como num jogo de cara ou coroa, em que há os que jogam cara porque têm saído muitas caras, e os que jogam coroa porque... têm saído muitas caras! Agora, é os que votam Sócrates, ou Manuela, porque as sondagens lhes dão vantagem, e os que votam Sócrates, ou Manuela, porque as sondagens não lhes dão vantagem! Outra situação deste género é o da evolução de uma população, em que se combinam os efeitos da população, quantos mais pais mais filhos, e da fome, quantos mais pais, menos filhos.
Ao estudar este problema, Verhulst chegou a uma equação recursiva muito simples
x(n) = alfa.x(n-1).[1 - x(n-1)]
em que x(n) é um valor entre 0 e 1 e alfa é uma constante de proporcionalidade, alfa < 4, tendo chegado à conclusão que para alfa superior a 3.57 a sequência começa a exibir um comportamento caótico.
O que explicava o comportamento aparentemente imprevisível das populações de coelhos em certas ilhas, e talvez explique a dificuldade de realizar sondagens nos dias de hoje...
domingo, 20 de setembro de 2009
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