segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Mau Estado

O Francisco Jaime Quesado escreve hoje no Público sobre os Cinco desafios para o futuro governo. Não concordo nada com a sua visão estratégica.
O que é essencial é que as pessoas entendam como funciona o mundo hoje, e que assumam os seus próprios projectos, e que o estado ajude aqueles que perderam os seus empregos que julgavam para a vida e que nunca mais recuperarão.
O que precisamos é de acelerar a transição de uma economia da ignorância que ainda vivemos para uma economia do conhecimento, que já tivemos há uns 600 anos atrás e que perdemos pelo excesso de (mau) estado, por uma máquina clientelar gigantesca, em grandes e pequenos negócios, dos ministérios às juntas de freguesia. Todos os dias tomamos conhecimento de novos casos.
O que não podemos é continuar a sustentar um mau estado que se desculpa sistematicamente com a crise económica, sem procurar as verdadeiras causas do nosso atraso e desespero.
Um exemplo gritante é o das Universidades, e aí estou totalmente de acordo com o Reitor da Universidade do Porto, quando nos tentou dizer que é preciso procurar noutro sítio as razões para o crescente abandono escolar no ensino superior. 


Há outras razões, tão ou mais importantes, como a ausência de motivação, o sentido de inutilidade, a frustração, a noção de que se escolheu um curso que conduz ao desemprego. 
Os jovens merecem melhores cursos, cursos que ofereçam perspectivas de trabalho num mundo em mudança. Deixem as Universidades adequar as suas ofertas a essas necessidades percebidas, em vez de as espartilhar em numerus clausus enganadores.