terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Quando um Homem Quiser

Tu que dormes a noite na calçada de relento
Numa cama de chuva com lençóis feitos de vento
Tu que tens o Natal da solidão, do sofrimento
És meu irmão amigo
És meu irmão

E tu que dormes só no pesadelo do ciúme
Numa cama de raiva com lençóis feitos de lume
E sofres o Natal da solidão sem um queixume
És meu irmão amigo
És meu irmão

Natal é em Dezembro
Mas em Maio pode ser
Natal é em Setembro
É quando um homem quiser
Natal é quando nasce uma vida a amanhecer
Natal é sempre o fruto que há no ventre da Mulher

Tu que inventas ternura e brinquedos para dar
Tu que inventas bonecas e comboios de luar
E mentes ao teu filho por não os poderes comprar
És meu irmão amigo
És meu irmão

E tu que vês na montra a tua fome que eu não sei
Fatias de tristeza em cada alegre bolo rei
Pões um sabor amargo em cada doce que eu comprei
És meu irmão amigo
És meu irmão

Natal é em Dezembro
Mas em Maio pode ser
Natal é em Setembro
É quando um homem quiser
Natal é quando nasce uma vida a amanhecer
Natal é sempre o fruto que há no ventre da Mulher

José Carlos Ary dos Santos

domingo, 14 de dezembro de 2008

Generación Y

Leio regularmente o Generación Y, o blog de Yoani Sanchez, que vive em e escreve de Cuba.
Nunca estive em Cuba, mas sei que viver lá não nada é fácil. Por muitas razões.
Mas isso não é razão para se perder o sentido do humor. O humor pode ser mais corrosivo que muitas palavras azedas.
O poema que se segue veio à cabeça da Yoani quando recebeu, em Cuba, uma ilha, rodeada de mar, salgado, um pacote de sal proveniente do Chile! Corria em Cuba em tempos mais antigos em que a comida abundava mais na propaganda na televisão e nos jornais que na casa de cada um:

La yuca, que venía de Lituana
el mango, dulce fruto de Cracovia
el ñame, que es oriundo de Varsovia
y el café que se siembra en Alemania.

La malanga amarilla de Rumania
el boniato moldavo y su dulzura
de Liberia el mamey con su textura
y el verde plátano que cultiva Ucrania.

Todo eso falta y no por culpa nuestra
para cumplir el plan alimentario
se libra una batalla ruda, intensa.

Y ya tenemos la primera muestra
de que se hace el esfuerzo necesario:
hay comida en la tele y en la prensa.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Eleições na ilha de Sark

As primeiras eleições democráticas na ilha de Sark nos últimos 450 anos, ocorreram ontem e hoje!
A ilha de Sark é uma das ilhas Guernesey, no canal da Mancha, junto à França, onde vigorava, até ontem, um sistema de governo feudal.
E pelas últimas notícias, ainda poderá continuar a vigorar...

sábado, 6 de dezembro de 2008

Deve ser do clima...

Acabo de regressar de Berlim. Lá estava o mercado de rua... em Berlim, imagine-se! Em Dezembro. Ali mesmo ao lado do KaDeWe.
From Germany
Como havia em Genève. La Halle de Rive, por exemplo.
From Switzerland
E havia menos carros, menos ruído, menos lixo, mais pessoas na rua, mais vida.
E na nossa cidade? Como não acredito que a segurança alimentar corra riscos por aqueles lados, acho que deve ser do clima, que não nos favorece.

domingo, 23 de novembro de 2008

The Book Depository

Eu compro a maioria dos meus livros no The Book Depository.
Porquê? Enviados em embalagem individual, sem custos de envio, e normalmente mais baratos que na concorrência... De uma forma transparente!
Ainda ontem encomendei um livro. Este. E lá estão, bem visíveis, no sítio do livro, o Amazon Price e o botão Buy from Amazon. Não o usei, mas este conceito de being fair, de ganhar dando todas as hipóteses ao adversário, delicia-me. Faz-me lembrar as fantásticas regras do cricket.

Caminho longo

Perante a mesma situação de trabalho e remuneração encontro muitas vezes estes dois comportamentos distintos: aqueles que dizem 'porque hei-de trabalhar mais ou melhor, se ganho tão pouco?' e os outros que pensam 'só há uma forma de ganhar mais, que é trabalhar melhor!'.
Os primeiros, infelizmente parece que em maioria, não são os empreendedores, não são os que querem ter a vida nas suas próprias mãos, os que acreditam nas suas capacidades, são os resignados, os condenados a permanecer na situação em que se encontram, os que se vão queixando de tudo, menos deles próprios, e um encargo terrível para a sociedade.
E se há razões sociais e culturais para estes dois comportamentos, é muito triste que tão pouco se tenha feito para alterar esta situação. Em Portugal, no século XXI, 34 anos depois do 25 de Abril, 22 anos depois da entrada na União Europeia, com milhares de milhões de euros gastos na formação dos Portugueses, esta situação é completamente inaceitável.
Há competências básicas, para além do português e da matemática, das ciências e das tecnologias, que são absolutamente indispensáveis: de exigência democrática, de comunicação, de gestão, de convívio com a incerteza, e fundamentalmente de decisão relativamente ao percurso de vida.
Se cada um de nós, nos seus sítios, não se cansar de o reclamar, talvez um dia lá cheguemos...

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Preços dos combustíveis

Um fim de semana em Madrid permite ver de uma só vez todas as diferenças entre nós e eles.
Sendo dois países tão próximos, sendo tão simples e facilitada a comunicação entre os dois povos, são surpreendentes essas diferenças: na rua, nos gestos, no ruído, na oferta cultural e de espectáculos, nos restaurantes, nas lojas, na disciplina, nas relações com a autoridade, e na autonomia pessoal, na capacidade de cada um tomar as suas decisões de uma forma autónoma.
Depois, há o preço dos combustíveis
From España
Não é fácil perceber porquê estas diferenças substanciais.
E por outro lado, lá pode adquirir-se BioDiesel!

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Maus gestores

O ministro da Ciência, Tecnologia e do Ensino Superior, Mariano Gago, admitiu hoje que existem maus gestores nas universidades públicas. Eu tenho a certeza.
Na minha óptica, gestão implica uma visão estratégica, objectivos, e depois conceber planos de acção, executar e avaliar. Consumindo recursos, naturalmente. Que são escassos, naturalmente. E vêm dos nossos bolsos, obviamente.
O que se espera dos gestores é que consigam o máximo consumindo o mínimo. É isso que todos fazemos em nossas casas. Reduzindo os desperdícios. Sendo mais eficientes. Mais criativos.
Ainda estamos muito longe.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Bucareste

Voltei a Bucareste.
Cidade difícil, grande, imensa, caótica, europeia, asiática, feia, bonita, quente, mesmo hoje, e fria, de gente perdida, os preços em euros e o novo léu no bolso.
From Romania
Atrai-me muito, andar sozinho, vir do aeroporto no 783, os engarrafamentos monumentais, os anúncios LENA Construções (andam por aqui), os pisos péssimos, o lixo, e a monumentalidade, estranha.
From Romania
E as pessoas, mistura, onde estamos? Ali a Turquia, Grécia em baixo, Roma do outro lado, a Hungria, a Ucrânia, encruzilhada terrível...
Gosto por isso mesmo. De nada em especial, mas de pensar onde estou, e o que já passou por aqui. Tudo e todos. De cá para lá e de lá para cá.
E os meus amigos.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

O Cisne Negro

Imagine-se uma ameaça com alguma probabilidade de se concretizar. O Homem irá certamente trabalhar para conseguir um antídoto eficaz, e essa ameaça não se concretizará nunca. Então, pode-se concluir que uma ameaça absolutamente improvável tem o caminho mais facilitado, porque ninguém se preocupará em travá-la!
Imagine-se que alguém tinha admitido a possibilidade de ataques a edifícios altos com aviões comerciais, tinha encontrado um antídoto (um escudo invisível), e tinha conseguido proteger as torres gémeas antes do 11 de Setembro. Este alguém não seria possivelmente conhecido por ter salvo as torres gémeas. Passaria desapercebido.
São questões como estas que levaram Nassim Nicholas Taleb a escrever The Black Swan - The Impact of the Highly Improbable, e outros livros.
Leitura altamente recomendável....

domingo, 26 de outubro de 2008

O que se pode fazer em 38 anos

Comemorei ontem 38 anos de licenciatura, ocasião para recordar esses 38 anos. Ou alguns mais.
A escola primária 33A, ali nas Antas, o Liceu Nacional de Alexandre Herculano, e a Universidade do Porto, 3 anos na Faculdade de Ciências mais 3 anos na Faculdade de Engenharia (último curso de 6 anos). Professores à moda antiga na Faculdade de Ciências, Jayme Rios de Souza, Arala Chaves, Pires de Carvalho, Moreira Araújo, Cipião de Carvalho, Miranda, e Engenharia à moda antiga na Faculdade de Engenharia. Uma guerra com o Ministro da Educação da época (Veiga Simão) e uma reforma curricular arrancada a ferros. Em pleno 1970!
Depois o ensino e a investigação. No sub-grupo C (Correntes Fracas) do 6º grupo da Faculdade de Engenharia e no projecto Análise e Síntese de Sistemas Lógicos, Analógicos e de Informação do Instituto de Alta Cultura (depois, INIC - Instituto Nacional de Investigação Científica). Um doutoramento para fazer e uma guerra em África à espera.
As contradições e as inevitáveis rupturas. Doutoramento, como? E a Assembleia dos Assistentes da Faculdade de Engenharia, para uma nova esperança. E subitamente, Abril de 1974. Conselho Directivo Provisório da Faculdade de Engenharia. Director do Departamento de Engenharia Electrotécnica. Doutoramento, quando?
Setembro de 1977, Universidade do Sussex. Até Abril de 1981.
Regresso, a um País em mudança, à procura de um destino, como sempre. Uma experiência no mundo empresarial, na engenharia biomédica. E em 1986, Portugal na CEE. Hora dos projectos europeus. CNMA - Communications Networks for Manufacturing Applications, o primeiro. Em 1992, CCP - Centro de CIM do Porto, o maior.
Presidência do CCP em 1995. Agregação em 1998. Direcção do IDIT em 2000. Avaliação de projectos: JNICT, AdI, Comissão Europeia, INTAS, governo da Roménia. E agora o DEI - Departamento de Engenharia Informática. Mais desafios.
(e não é que até já tenho direito à reforma?)

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Já nada é como dantes!

Lá se foi o dogma! O teorema da amostragem de Shannon, a frequência de Nyquist, tudo aquilo em que acreditamos durante tanto tempo (eu já explico) afinal não serão verdades absolutas. Vem um tal Emmanuel Candès, e estraga tudo!
A ideia de que para ser representado sem erro um sinal deve ser amostrado a uma frequência pelo menos dupla da sua frequência máxima foi posta em causa. E realmente convenhamos: a que propósito nos esforçamos para amostrar um sinal de áudio a 44100 amostras por segundo, o que origina que, por exemplo, uma faixa de música de 3 minutos, 2 canais, 16 bits por amostra, ocupe qualquer coisa como 180x2x44100x2 bytes, ou seja, uns 32 MB, para depois deitarmos fora 90% dessa informação e ficarmos com um ficheiro mp3 de 3 MB com a mesma qualidade musical?
Aparentemente, estavamos a jogar demasiado pelo seguro: a habilidade consiste em fazer o mesmo usando menos dados, desperdiçando menos. Óbvio!
É este o problema de hoje. Menos força bruta e mais inteligência! Conhecimento. Estava-se mesmo a ver, não é?

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Empowerment

Ultimamente tem-se falado muito de empowerment. É um conceito complexo, que diferentes pessoas e comunidades vêem de diferentes maneiras. Muito ligado ao Programa Equal.
Se procurarmos traduzir para português, percebemos. Há quem use empoderamento, o acto de conceder o poder a alguém,  e há quem use apoderamento, o acto de ganhar o poder de alguém. E mesmo a palavra inglesa é entendida nestes dois sentidos: um inglês entende-a mais no primeiro sentido, e um irlandês entende-a essencialmente no segundo. Curioso, não é? Vale a pena ler aqui.
É que empowerment, autonomia, decisão, são pilares da dignidade humana.
Conheço um grupo de pessoas que se dedica a promover o empowerment como forma de desenvolvimento individual e colectivo. Encontra-se num projecto chamado Autonomus, e numa rede social com o mesmo nome, onde todos são aceites. Registem-se e venham ver o que se passa. 

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Serviço de qualidade

Aconteceu-me em Brighton, onde vivi quase quatro anos, entre 1977 e 1981.
O telefone que estava a utilizar para ligar para casa engoliu as duas moedas de 10p que eu tinha, e nada. Desesperado, liguei para o operador, a quem disse o que se passara. Pediu-me o nome e morada, e o número para onde pretendia falar. Fez a ligação e deixou-me falar todo o tempo que quis. Dois dias depois, recebi em casa selos do Royal Mail no valor de 20p!
Afinal, custa tão pouco ser civilizado.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Transparência

Em Julho estive em Seoul, na Coreia.
No metro, fiz uma manobra errada numa saída, e de repente vi-me do lado de dentro e com o bilhete já marcado como se tivesse saído... acontece.
Como sair? Estava eu a pensar nisso, salto ou não salto, quando me aparece um coreano a dar-me ajuda. Muito simples: ali naquela porta há um botão vermelho e se o premir a porta abre e sai...
Lá fui eu. Premi, a porta abriu, e durante uns segundos uma sirene apitou e toda a gente olhou para mim...
Claro que ninguém me ligou. Percebia-se logo o que tinha acontecido.
Mas é bem pensado. E transparente.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

População que viveu desde sempre

Sei que o mundo é habitado por aproximadamente 6 700 milhões de seres humanos, mas não tinha ideia de quantos seres humanos terão vivido desde sempre. As fontes de informação que consultei (comecei aqui) levam-me a acreditar que este mundo em que vivemos é um legado de uns 100 000 milhões de seres humanos, cujas contribuições individuais no pequeno período de tempo em que cada um viveu permitiram criar todo o nosso conhecimento colectivo e construir a sociedade actual tal como a conhecemos.
Esta história terá começado há cerca de 200 000 anos, e pensa-se que há cerca de 70 000 anos enormes vicissitudes ameaçaram a população existente, que terá então ficado reduzida a qualquer coisa como 2000 seres, num último reduto algures em África. 10 000 anos depois, a população começou a crescer rapidamente e a expandir-se, assinalando o fim da Idade da Pedra.
A actividade humana esgota-se em duas frentes, a criação do conhecimento e a construção da sociedade. O ciclo de vida individual - nascimento, acasalamento, reprodução, morte - é o verdadeiro segredo da vida e o motor de toda essa actividade.
E vale a pena pensar como tudo isso se processará. Se e como poderá cada um contribuir. Sabemos? Pensamos?
Mas nada me espanta mais do que a comparação daqueles 100 000 milhões com os 700 000 milhões de dólares que o plano Paulsen prevê que serão necessários para começar a corrigir as asneiras realizadas por um pequeno número de aprendizes de financeiros. Nada mais nada menos que 7 dólares por cada um dos seres humanos que nos últimos 200 000 anos viveu à superfície da Terra!
Tenhamos juízo!

domingo, 28 de setembro de 2008

A Ética e a lei: Pequenos favores

Vasco Pulido Valente diz exactamente o que deve ser dito sobre este modo bem português de fazer batota. É no Público de hoje.
Transcrevo parte, à boleia do 4R - Quarta República:

Pequenos favores

Por mais que se mude, não se mudam os portugueses. Vem isto a propósito do novo "escândalo" da Câmara de Lisboa. Parece que, desde o começo do regime, a Câmara de Lisboa resolveu (por razões que excedem o entendimento) "atribuir" casas a quem lhe apetece. Até agora já "atribuiu" 3.200 com uma renda média de 35 euros. Pedro Feist, vereador de Aquilino Ribeiro Machado a Carmona Rodrigues, não vê nada de extraordinário nisto: é uma "realidade histórica", explica ele, como se a duração do abuso o justificasse. Ele mesmo "meteu uma cunha" ao "seu colega da habitação" para um motorista que murava na Curraleira e acha a coisa "perfeitamente humana". Toda a gente, de resto, fazia o mesmo, com a mais tranquila consciência. A título de caridade oficial ou particular.
(...)
De qualquer maneira o que espanta neste episódio é inocência da autoridade. Uma inocência genuína e profunda. Que um funcionário (eleito ou não eleito) distribua como quem distribui uma mercê propriedade da câmara, ou seja, do contribuinte, não perturba a cabeça de ninguém. Então um favorzinho, que não custa nada, é agora um crime? Os portugueses sempre se trataram assim: com um "jeitinho" aqui em troca de um "jeitinho" ali. E a administração do Estado fervilha de grupinhos de influência e de pressão que promovem, despromovem, transferem e demitem - e vão, muito respeitosamente, ganhando o seu dinheirinho por fora, com uma assinatura e um carimbo. Ética de serviços? Quem ouviu falar nisso?

Eu estou farto de ouvir e de ver. Obrigado, VPV.

Se não fosse esta certeza

From Portugal

Se não fosse esta certeza

que nem sei de onde me vem,
não comia, nem bebia,
nem falava com ninguém.

Acocorava-me a um canto,
no mais escuro que houvesse,
punha os joelhos à boca
e viesse o que viesse.

Não fossem os olhos grandes
do ingénuo adolescente,
a chuva das penas brancas
a cair impertinente,
aquele incógnito rosto,
pintado em tons de aguarela,
que sonha no frio encosto
da vidraça da janela,
não fosse a imensa piedade
dos homens que não cresceram,
que ouviram, viram, ouviram,
viram, e não perceberam,
essas máscaras selectas,
antologia do espanto,
flores sem caule, flutuando
no pranto do desencanto,
se não fosse a fome e a sede
dessa humanidade exangue,
roía as unhas e os dedos
até os fazer em sangue.

António Gedeão

sábado, 27 de setembro de 2008

La Biennale di Venezia

A Representação Oficial Portuguesa na 11ª Exposição Internacional de Arquitectura La Biennale di Venezia, a  cargo de Eduardo Souto de Moura e Ângelo de Sousa, surpreende. A Biennale organiza exposições multidisciplinares nos sectores da Arquitectura, Arte, Cinema, Dança, Música e Teatro, e este ano o tema da exposição de Arquitectura é Out There: Architecture beyond Building.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Y Dreams

Ouvir o António Câmara numa sessão organizada à volta de uma mesa, em que ele escolhe os temas de que fala, é uma experiência inesquecível. A Y Dreams é uma empresa notável, que cria experiências interactivas e produtos baseados em tecnologias e design avançados. No canal Y Dreams no Youtube, podem encontrar-se inúmeros vídeos que o atestam.
Aconteceu hoje, na ANOP, em Santa Maria da Feira. Obrigado, Carlos. Obrigado, ANOP.

domingo, 21 de setembro de 2008

Liga dos Últimos

Não gosto muito da nossa televisão. Mas gosto da Liga dos Últimos. E não sou o único.

From Portugal

Trancrevo um artigo do Francisco Moita Flores na TV Guia nº 1547:

Liga dos Últimos

Não me apetece falar de crimes, nem de violência, nem de polícias. Existem momentos de TV em que a vida pára, em que a ternura emerge, em que a lágrima ou a gargalhada brotam sem que outra razão exista que não seja ver televisão.
Passa na RTP, a várias horas e em vários canais. A Liga dos Últimos, liderada por Álvaro Costa e Hernâni Gonçalves, é uma lição de vida, de festa, de compreensão de um país, o país dos últimos, afinal, o país que somos, sempre em último nos índices de desenvolvimento europeu.
A pretexto do futebol, de jogos das últimas divisões, os seus autores têm o talento de revelar um mundo que não é rosa, nem cabe nas revistas cor-de-rosa, feito de bifanas, paixões e desgarradas. Um país imenso que se descobre na carolice, um país do desenrasca, uma multidão de sonhos vividos como quimeras nos campos pelados, rodeados de bebedeiras, discussões e pobreza. Um país que não é notícia, nem primeira página, que não entra em galas e não sabe, porque lhe é indiferente, o tamanho do mundo. Um país que sobrevive, que transforma a espontaneidade num milagre de vida, desdentado, com projectos que não vão para além do limite da sua rua.
A Liga dos Últimos é uma incursão por um país tão real, que não conhece as Novas Oportunidades, que já ouviu falar vagamente da União Europeia, a quem o talento dos seus criadores e repórteres e a maestria de Álvaro Costa e Hernâni Gonçalves entrega mais doçura e nos deixa na permanente hesitação sobre se não somos todos nós que por ali passamos, umas vezes à canelada, outras vezes de braço dado.
Não é um momento de televisão sobre aqueles que vivem, mas sobre aqueles que sobrevivem. Em que o dirigismo desportivo não tem dinheiro, em que os árbitros não têm razão para serem corrompidos, onde a pureza das intenções vai muito para além da impureza do pó e do álcool, das interpretações e comentários. Então, o Prémio Capitão Moura é impagável e, quando se percebe que está a chegar ao fim, nasce um sentimento de saudade, de desejo que não acabe, e não sabemos se havemos de rir, se havemos de chorar, e chegam-me aos sentidos os sinos de Hemingway quando a ficha técnica encerra aquele tempo de tanto prazer e desprazer, que não perguntarei por quem os sinos dobram. Eles dobram por nós.

Francisco Moita Flores

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Iasi

Este é o meu amigo Dorin Dumitrache a comprar vegetais num mercado a caminho de Moldovita, no norte da Roménia, mesmo junto à Ucrânia.

From Romania

Estive na Universidade de Iasi em Maio de 2005, e conhecer a família do Dorin que mora na região dos mosteiros de Santo Estevão foi uma experiência inesquecível.

From Romania

A força destes símbolos é fantástica.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Vírus

Há uns minutos fantásticos na emissão do Radio Clube Português. É um apontamento chamado Vírus, de autoria do José Pacheco Pereira.
O programa de terça-feira, sobre o som do silêncio, foi simplesmente notável. Está disponível nos Podcast.

Aqui está a peça clássíca de John Cage 4'33", que deu o mote:

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Pessimus

Estava convencido que íamos ter uma loja da Casa da Música.
Não temos! Temos uma loja de uma empresa de telemóveis, cuja marca vai figurar bem visível em todas as fotografias tiradas do passeio em frente. A Casa da Música não deveria ser um suporte publicitário.

From Portugal

Não acho nada bem.

domingo, 14 de setembro de 2008

Faculdade de Engenharia

A nota mínima de entrada subiu! Melhores alunos ou maiores facilidades?
Dentro em pouco saberemos...

CursoVagasNota mínima
Engenharia Civil175149.5
Engenharia Electrotécnica e de Computadores195 151.8
Engenharia Mecânica112162.8
Engenharia Informática e Computação102161.8
Engenharia Metalúrgica e de Materiais21149.0
Engenharia Química65138.3
Bioengenharia60180.5
Engenharia do Ambiente40154.8
Engenharia Industrial e Gestão50176.3
Ciências de Engenharia - Engenharia de Minas e Geoambiente10142.0

Puente colgante

É extraordinária a história da Puente Colgante de Portugalete, perto de Bilbao.

From España

Destruída em 17 de Junho de 1937, exactamente cinco dias antes do fim da Guerra Civil de Espanha, foi reconstruída e aí está desde 19 de Junho de 1941.

sábado, 13 de setembro de 2008

Muere lentamente

Muere lentamente quien no viaja,
quien no lee,
quien no oye música,
quien no encuentra gracia en sí mismo.

Muere lentamente
quien destruye su amor propio,
quien no se deja ayudar.

Muere lentamente quien se transforma en esclavo del hábito
repitiendo todos los días los mismos trayectos,
quien no cambia de marca,
no se atreve a cambiar el color de su vestimenta
o bien no conversa con quien no conoce.

Muere lentamente quien evita una pasión y su remolino de emociones,
justamente estas que regresan el brillo
a los ojos y restauran los corazones destrozados.

Muere lentamente quien no gira el volante cuando esta infeliz
con su trabajo, o su amor,
quien no arriesga lo cierto ni lo incierto para ir detrás de un sueño
quien no se permite, ni siquiera una vez en su vida,
huir de los consejos sensatos…

¡Vive hoy!
¡Arriesga hoy!
¡Hazlo hoy!
¡No te dejes morir lentamente!
¡NO TE IMPIDAS SER FELIZ¡

Martha Medeiros
(muitas vezes atribuído a Pablo Neruda)

Connectivism and Connective Knowledge

Welcome to the Connectivism and Connective Knowledge online course!
Estamos na primeira semana deste curso, que vale a pena experimentar. George Siemens e Stephen Downes vão-nos fazer perceber muita coisa deste mundo novo.

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Die Welle

A onda.
Vi este filme num avião da Lufthansa, entre Seoul e Frankfurt. Impressionante. Impressionou-me!
Os fenómenos de massas são muito complexos.