sábado, 19 de setembro de 2020

Andamos há seis meses nisto, e?...

Estou farto de números errados, mal explicados, absolutos, relativos, em percentagem, escalas lineares e escalas logarítmicas, gráficos difíceis de ler, com muita informação, sem informação, sem unidades, sem escalas, por parte de gente que se julga influente, que comenta nas TVs, que diz tudo e o seu contrário.
Gosto de olhar para os números da pandemia de um lado positivo, nomeadamente através deste gráfico:

Casos confirmados e internados em hospitais

Os casos confirmados são a média móvel de 7 dias, para filtrar as variações semanais devidas a circunstâncias externas, e os internamentos, são as camas  ocupadas em cada dia, sendo certo que cada paciente ocupa uma cama por um número indeterminado de dias. Assim, sabemos que até esta data houve 67176 casos confirmados, mas não sabemos quantos desses estiveram internados, em enfermaria ou em cuidados intensivos, nem quantas dos 1888 mortes ocorreram num hospital, ou se a diminuição do número de internados se deve por vezes a cura ou a morte de pacientes...
Sabemos também comparar o número de casos confirmados como número de mortes

Casos e mortes, médias móveis de 7 dias

Estas duas figuras permitem afirmar que, estando nós próximos, e podendo mesmo brevemente ultrapassar o número de casos verificado no final de Março e início de Abril, os números que mais contam, os números de internados e de mortes, parecem mais dominados, permitindo pensar que podemos ultrapassar sem grandes problemas essa fase. Uma duplicação do número de casos nos próximos dias pode mesmo não constituir um enorme problema...
O que é essencial? Por uma lado, aplicarmos as respostas que agora sabemos serem mais eficientes e menos agressivas para os infectados, mais antivirais e anticoagulantes, e menos ventiladores, talvez (com a minha ignorância), e por outro dificultarmos a vida ao vírus, obviamente, percebermos que o vírus é transportado por humanos e que, portanto, o número de contágios depende do número de contactos que cada um tem e da proximidade desses contactos - uma cotovelada é diferente de um abraço forte...
Já aprendemos grande parte dessas lições: usar máscaras, lavar as mãos, reduzir contactos sociais, ajudam, e muito.
E reduzir o número de contactos, o que já está a acontecer...