domingo, 27 de dezembro de 2009

O Ar em Casablanca

Estive uma única vez em Casablanca, cortesia da Royal Air Maroc, que se atrasou tanto no vôo Agadir - Casablanca que perdemos o vôo Casablanca - Lisboa. Atrasou-se horas!
Estivemos horas no aeroporto de Agadir, nós e um avião, à espera que uma tripulação nos levasse, mas quando chegamos a Casablanca, já era tarde. O avião para Lisboa esperou, esperou, até que desesperou e partiu.
Aí, a Royal Air Maroc portou-se à altura! Hotel 5 estrelas para todos, um dia de pensão completa - jantar, dormida, pequeno almoço e almoço. Hotel Farah. Antes do hotel, um "pequeno" pormenor: as nossas bagagens tinham sido despachadas para Lisboa, e oficialmente já não estavam em Marrocos, mas nós estávamos, e assim não podíamos pegar nelas... só olhar... Telefonema mais telefonema - parecia que era a primeira vez - e a coisa lá se resolveu.
A primeira impressão de Casablanca foi mesmo esta à porta do hotel

From Maroc

Depois foi ver a gigantesca mesquita Hassan II, à beira mar, feita com o dinheiro dos marroquinos e aparentemente com sérios problemas de fundações que a Teixeira Duarte foi chamada a resolver,

From Maroc

a medina velha, que rodeamos percorrendo ruas com uma sujidade indescritível, estas duas personagens que me pediram que os fotografasse e depois nem um contacto me deram para lhes fazer chegar a foto

From Maroc

os souks tradicionais e toda a beleza de uma cidade do norte de África

From Maroc

com aquele toque francês que a torna diferente

From Maroc

Valeu bem a pena o atraso!

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

O fim do emprego

Temos de encarar os graves problemas que a economia mundial atravessa como sinais de uma mudança de paradigma que é absolutamente inevitável e que deve ser desejada.
A economia do "direito ao emprego" acabou, e muitos nem notaram. Notaram os desempregados, as principais vítimas do sistema, e mais ninguém! O "direito ao emprego" é o "direito a ser explorado", e está a esgotar-se com a tomada de consciência de cada um de que pode tomar o futuro nas suas mãos, de que não há mais gente providencial, capaz de criar as fábricas e as organizações que vão "dar" emprego decente a todos, de que o futuro de cada um passa em primeiro lugar por ele próprio.
Esta mudança é cultural, pois não estamos preparados para a ideia de que para receber é preciso também dar, de que todos temos de contribuir para o futuro de todos. E exige um governo capaz, que trate dos assuntos verdadeiramente importantes. Que promova a discussão dos tópicos que afectam o nosso futuro. Que entenda que hoje já não é o tempo do hardware, e que começa também a não ser do software, mas sim do brainware, das ideias, da criatividade, do conhecimento. Da criação do próprio emprego.
São desafios fantásticos, e oportunidades fantásticas. Mas acreditamos que quem nos governa nos irá guiar por estes caminhos? Eu não...
Acredito mais nas pessoas, nos eleitores, na nossa capacidade colectiva. Na inteligência colectiva que nos levou ao último resultado eleitoral. Sim, porque perante as opções que os políticos nos apresentaram, qualquer outro resultado teria sido catastrófico!...