Em Bucareste, estou pela terceira vez, e a avaliar projectos, pela segunda.
Na primeira vez, tinha sido convidado pela UEFISCSU - Unitatea Executiva pentru Finantarea Invatamantului Superior si a Cercetarii Stiintifice Universitare.
Bucareste é uma cidade extraordinária, de que se vai gostando a pouco e pouco. Começa por ser medonha, enorme, confusa, e acaba sendo excitante, monumental, com uma vida própria surpreendente, dia e noie, de segunda a domingo.
Cheguei no domingo à noite, e logo reparei que todos os restaurantes bons estavam a abarrotar. Não consegui uma mesa no Caru' cu bere... nem nos outros que procurei. Acabei por ir ao simpático City Grill, no centro histórico. Jantei por 23 lei, menos de 6 euros, crepe de chocolate incluído...
Do aeroporto para o Novotel Bucharest City Centre, onde estou, usei o autocarro 783, em que um bilhete de ida e volta custa 7 lei, menos de 2 euros, e sai na Universitate, bem perto do hotel. Recuso-me a usar taxis, nomeadamente aqui, em que o preço é variável, embora esteja (quando está) anunciado na porta. Taxis sem preço afixado não são recomendados em nenhum caso. E a propósito, o brunch de domingo no Novotel custa 170 lei por pessoa (42 euros). No Hilton, aqui ao lado, 165.
A aventura começou com o transporte para o local da avaliação no dia seguinte. Ao contrário do que aconteceu na minha primeira avaliação, em que usamos as instalações da UEFISCSU, bem no centro, a ANCS resolveu instalar os avaliadores no ICEMENERG,
| From em Bucareste, para avaliar projectos da ANCS |
que fica bem longe do centro, mesmo ao lado de uma das três centrais térmicas que alimentam esta cidade de muitos milhões de habitantes.
| From em Bucareste, para avaliar projectos da ANCS |
Simpaticamente, descobriram um hotel ainda herdado do anterior regime e bem perto do ICEMENERG, o RIN Grand Hotel, e convidaram toda a gente a ficar lá, a um preço convidativo, menos de metade do que estou a pagar no Novotel, e com um autocarro para levar todos os avaliadores às 8:30 da manhã e trazê-los de volta às 18:00.
Se há coisa que eu destesto, são estes hotéis isolados de tudo. Felizmente, já tinha reservado o Novotel e não segui o conselho. Fiquei em troca com o problema de estar às 8:30 no RIN ou no ICEMENERG.
Comecei por perguntar ao ANCS, que me disse que a única maneira de lá chegar era de táxi! Achei estranho. Perguntei à Claudia (que é romena) que me disse que não estava a ver nenhuma solução melhor. A Claudia perguntou ao Pai dela, que vive em Bucareste, que me deu o mesmo conselho, taxi... Parecia um complô.
Entretanto, noto que num ofício sobre esta logística toda era dito que quem não estivesse às 8:30 no átrio do RIN teria de ir no autocarro 102, três paragens. Fez-se-me luz! Abri o mapa gigante que a Claudia me tinha oferecido há uns tempos, e reparei que numa estação do metro próxima, Aparatorii Patriei, também passava o autocarro 102! Eureka! Bastava ir na linha 2 do metro da Universitate até Aparatorii Patriei, 6 estações, e depois apanhar o autocarro 102 até ao hotel, aí umas 4 paragens.
Como sabia que o custo das viagens é o mesmo no metro, nos autocarros, nos trólei-carros e nos tramways, admiti que a minha carta de 10 bilhetes servisse. Saí do hotel às 7:45, e às 8:05 estava em Aparatorii Patriei. Olho para o lado e lá vinha o 102. Entrei, tendo validar o bilhete, e descubro que as máquinas são incompatíveis! Era preciso um bilhete diferente!... Bem. Ninguém falava senão romeno, mas uma senhora oferece-me um bilhete e assim se resolve a situação. Perguntei-lhe quanto custava, ela não queria aceitar, mas outra lá a convence e ela aceita o meu leu (um leu, vários lei...). Chego ao hotel às 8:20, bem a horas.
Entretanto, começam a perguntar-me como cheguei ao hotel, e eu falo no autocarro 102. O que eu fui falar!... A linha 102 é perigosíssima, garantia de assalto no mínimo, aquela genta tranquila que me ajudou, afinal não era, e portanto não podia andar mais alí. Ponto. Como lhes disse que tinha aversão a táxis a desfazer-se, sem ar condicionado, cheios de fumo, houve reunião dos responsáveis, e decidiram levar-me a outra estação do metro, mais segura, para eu seguir a partir daí. Solução bem pior, pois exigia mudança de comboio na Piata Unirii.
Claro que hoje de manhã usei o mesmo caminho, já equipado de um bilhete adequado. Correu tudo bem, e às 8:15 lá estava no hotel RIN para apanhar o autocarro dos avaliadores. Ainda não perceberam porque não fui assaltado!...
E de tarde, vim pelo mesmo caminho, claro!
(depois conto a história do almoço de hoje)
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