sábado, 21 de setembro de 2013

NEET

Tudo tem uma sigla. Tudo o que é mau tem uma sigla.
Nos países da OCDE, fala-se repetidamente dos NEET, das pessoas neither in employment nor in education or training, que nem trabalham nem estão em educação ou formação, e especialmente das pessoas NEET no escalão etário 16-24 anos.
É obrigatório olhar para Education at a Glance 2013 - OECD Indicators.
Não é fácil encontrar estes números para Portugal. Encontrei números globais, e tabelas em que não ficamos muito bem. E encontrei números detalhados para a Inglaterra, por exemplo, que mostram o rigor que o público exige na análise do desempenho do seu sistema educativo.
E descobri também um mapa interactivo interessante no The Guardian.
A nossa indiferença perante estes indicadores revela bem o que se passa com os nossos jovens, que, abandonados à sua sorte, sem confiança nas ajudas da família, da escola, da sociedade, têm dificuldade em tomar as melhores decisões e em fazer as melhores escolhas, e em mais de metade dos casos optam por não ir além do ensino secundário.
Só há uma maneira de resolver este problema, e que consiste em dar aos jovens as ferramentas, a autonomia, a responsabilidade, o pensamento crítico, a criatividade, a exigência que lhes permita fazer escolhas informadas.
Não vale a pena tentar adivinhar as necessidades do País, nunca conduziu a nada, nem criar vagas nos cursos para aproveitar os recursos existentes, pois isso tende a reproduzir o inútil.
Só há um caminho. Por um lado, terminar com o numerus clausus no ensino superior, deixar as escolas oferecer os melhores cursos, promover os politécnicos do interior para que possam fixar os jovens e as populações, e interagir com os nossos vizinhos espanhóis. E por outro criar toda uma nova aposta no ensino secundário, com professores preparados, focados nas competências essenciais, comunicar, escrever, ter identidade, conhecer o território, saber viver em rede e com as redes, ter as ferramentas essenciais para saber escolher e decidir, para que mais jovens se entusiasmem e decidam pelo ensino superior, por animar as universidades e politécnicos, com projectos exigentes e desafiantes.
E está no hora de começar a preparar o próximo ano lectivo!

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