O sistema de numeração dos anos não é perfeito.
O tempo é marcado pelas voltas da Terra ao Sol, pelas estações do ano, pelos dias, pelas fases da Lua, pela posição dos astros, fenómenos periódicos que sempre intrigaram filósofos, pensadores e cientistas, mas faltava uma origem do tempo com algum significado popular.
O calendário actual baseia-se no calendário Juliano, criado por Júlio César, esse mesmo, com doze meses e 365 dias, e alguns acertos, que decidiu que o ano 1 (1 dC - depois de Cristo) seria o ano em que nasceu Jesus Cristo, e assim pôs ordem e deu uma referência à contagem do tempo, mas não sendo matemático, não sendo o zero um número 'digno', entendeu que o ano anterior a esse seria 1 aC (antes de Cristo), e não o ano 0.
Para fazer com que os dias e meses batessem certo com os textos bíblicos, e outros, o Papa Gregorio XIII decidiu, no século XV, ouvido os sábios, introduzir um ajuste de 10 dias ao calendário, para o equinócio da Primavera passar a ser à volta de 21 de Março, e para que a Páscoa, que é no primeiro domingo depois da primeira Lua cheia, depois daquele equinócio, ocorresse normalmente nos primeiros dias de Abril.
Hoje pensa-se que Jesus Cristo terá nascido por volta de 2 aC. e terá sido crucificado em 7 de Abril de 30 dC ou 3 de Abril de 33 dC.
Outra questão é a da contagem das décadas, dos séculos e dos milénios.
Uma década são dez anos consecutivos. A década de 70 começou em 1970 e terminou em 1979, os anos vinte são a década que se iniciou em 1920 e terminou em 1929. Nestes casos, as décadas têm o algarismo das dezenas constante.
Agora se quisermos contar as décadas desde a primeira (ver figura), a 202ª década dC vai terminar no final de 2020, e daqui decorre uma discrepância entre esta e a outra forma de olhar para as décadas: os anos vinte do actual milénio começam em 2020, mas a 203ª década dC inicia-se um ano depois, em 2021.
Pela minha parte, não tenho problema em que se festejam todas estas décadas...
terça-feira, 31 de dezembro de 2019
sábado, 21 de dezembro de 2019
Os algoritmos
Somos governados por algoritmos, desde aqueles que nos recomendam produtos para comprar, livros para ler, filmes para ver, até outros mais sofisticados, de que nem desconfiamos, e que volta e meia nos atrapalham, nos põem à espera, nos deixam sem resposta, nos chateiam, nos telefonam, nos fazem "ofertas", etc, para não falar naqueles que nos tratam da saúde e da vida...
Há-os basicamente de dois tipos, os colaborativos, que se baseiam em similaridades, de clientes ou de produtos, e os baseados em conteúdos, que os tentam agrupar em classes.
Claro que se trata de um jogo complicado, com uma forte componente psicológica, em que a imprevisibilidade dos clientes desempenha um papel complexo, embora não inultrapassável, do ponto de vista estatístico.
Uma versão elaborada destes sistemas, com perfis individuais baseados em dados recolhidos noutros contextos - redes sociais, por exemplo - terá desempenhado papel importante em actos eleitorais recentes, nos Estados Unidos e no Reino Unido.
Estes algoritmos estão presentes no YouTube, por exemplo, com os seus vídeos ou canais recomendados, e que nos permitem deixar arrastar pelas suas sugestões de uma forma passiva.
Importante será saber o que acontece se começarmos num vídeo, num canal, ou numa pesquisa específica, e nos deixarmos conduzir pelas escolhas do algoritmo, nós, que nos interessamos por um determinado assunto, ou um jovem cujos Pais o deixam a ver um vídeo infantil qualquer, sem saber exactamente a sequência de vídeos que o YouTube irá escolher.
Acabo de fazer uma experiência usando uma das ferramentas da colecção YouTube Data Tools.
Fiz uma pesquisa com os termos Alt + Right, limitada a 100 vídeos relacionados e as relações entre eles, cada um dos quais deu origem a outros vídeos relacionados, num total de 5918 vídeos diferentes, e 116752 relações.
Neste imagem, cada ponto representa um desses 5918 vídeos, agrupados de acordo com o número de relações entre eles
(usei o Gephi, e deixei de fora alguns vídeos muito afastados...).
Os vinte vídeos mais visionados são os da imagem seguinte, em que o grau indica o número de vezes que cada vídeo foi visionado, e se indica também o canal YouTube respectivo
As categorias dos vídeos visionados são diversas, com cerca de 50% a pertencer à categoria News & Politics, como seria de esperar
Voltarei certamente a este tema...
Há-os basicamente de dois tipos, os colaborativos, que se baseiam em similaridades, de clientes ou de produtos, e os baseados em conteúdos, que os tentam agrupar em classes.
Claro que se trata de um jogo complicado, com uma forte componente psicológica, em que a imprevisibilidade dos clientes desempenha um papel complexo, embora não inultrapassável, do ponto de vista estatístico.
Uma versão elaborada destes sistemas, com perfis individuais baseados em dados recolhidos noutros contextos - redes sociais, por exemplo - terá desempenhado papel importante em actos eleitorais recentes, nos Estados Unidos e no Reino Unido.
Estes algoritmos estão presentes no YouTube, por exemplo, com os seus vídeos ou canais recomendados, e que nos permitem deixar arrastar pelas suas sugestões de uma forma passiva.
Importante será saber o que acontece se começarmos num vídeo, num canal, ou numa pesquisa específica, e nos deixarmos conduzir pelas escolhas do algoritmo, nós, que nos interessamos por um determinado assunto, ou um jovem cujos Pais o deixam a ver um vídeo infantil qualquer, sem saber exactamente a sequência de vídeos que o YouTube irá escolher.
Acabo de fazer uma experiência usando uma das ferramentas da colecção YouTube Data Tools.
Fiz uma pesquisa com os termos Alt + Right, limitada a 100 vídeos relacionados e as relações entre eles, cada um dos quais deu origem a outros vídeos relacionados, num total de 5918 vídeos diferentes, e 116752 relações.
Neste imagem, cada ponto representa um desses 5918 vídeos, agrupados de acordo com o número de relações entre eles
(usei o Gephi, e deixei de fora alguns vídeos muito afastados...).
Os vinte vídeos mais visionados são os da imagem seguinte, em que o grau indica o número de vezes que cada vídeo foi visionado, e se indica também o canal YouTube respectivo
As categorias dos vídeos visionados são diversas, com cerca de 50% a pertencer à categoria News & Politics, como seria de esperar
Voltarei certamente a este tema...
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