Nós, que passamos pelo planeta Terra menos de dez décadas, em média, que somos um em oito mil milhões de habitantes vivos, ou um em cento e vinte mil milhões de habitantes passados e presentes, vivemos tempos dramáticos, como se tudo estivesse sobre os nossos ombros, como se cada decisão nossa pusesse em risco toda a humanidade.
É um facto que a evolução do planeta Terra e de todos os seres que nele habitam, depende das nossas decisões, actuais e passadas, de uma forma altamente complexa. Mas não só.
Somos um pontinho no espaço.
A Terra e a Lua vistas da Cassini a orbitar em Saturno, a 1400 milhões de km, em 2017. |
Esta reflexão vem a propósito de uma conversa que segui hoje no X sobre o ensino das disciplinas básicas nos cursos universitários:
- Devemos defender maior carga horária em disciplinas básicas porque elas que vão permitir que os alunos possam adaptar-se ao mercado de trabalho depois. Não adianta o plano de estudos tentar correr atrás do mercado. É com uma boa base que se dá segurança aos formandos.
- Pensando tanto como discente quanto docente, este "detalhe" é extremamente relevante e complexo. É fundamental que uma base sólida seja construída durante a graduação, pois permite que cada um navegue no que o mercado estiver pedindo quando chegar a hora.
- Mas como aluno é horrível ficar estudando conteúdos de base. É desestimulante, e não adianta dizerem que aquilo é importante.
A tendência actual, incrustada nas agências de acreditação e nas comissões de avaliação, é considerar que o plano de estudos e os conteúdos das unidades curriculares são importantíssimos, que a presença ou ausência de uma determinada matéria podem afectar de uma forma grave toda uma geração.
Sou dos que discordo, hoje e sempre, desde o tempo em que faltava às aulas teóricas para ir jogar bilhar no Latino ou no Ceuta, e era apanhado pelo professor, que não percebia o nosso desinteresse.
É a vida!