Atrevo-me a dizer que atravessamos um tempo único, a que uns chamam crise, porque pensam ou querem que pensemos que é uma coisa passageira, mas que é efectivamente uma mudança brutal de paradigma, sem regresso.
Mudança de paradigma, de mentalidades, de um mundo centralizado, de cidadãos obedientes, cegamente obedientes, como a História nos mostra, para um mundo de cidadãos informados, uma sociedade informada, em que cada um decide pela sua cabeça, para o bem e para o mal.
E sem regresso, porque quem descobre o prazer de decidir o seu próprio destino não quererá nunca mais regressar ao passado, ao mundo obscuro dos que sabem e dos que obedecem.
Estamos na hora das redes, das redes informais, das dinâmicas sociais, dos fenómenos virais, da formação quase instantânea de opiniões que escapam aos velhos poderes, do falhanço dos modelos económicos baseados na oferta, da emergência de uma infinidade de novas oportunidades para que a maioria ainda não está preparada.
E estamos na hora de mudar o sistema político e a escola, o sistema político porque não se tem mostrado capaz de gerar governos que entendam o que se está a passar e que proponham estratégias que nos permitam preparar-nos para os grandes desafios, e a escola porque será aí, com os jovens, que as grandes transformações se poderão materializar.
Basta olharmos para os países que nos podem servir de exemplo para percebermos o atraso em que nos encontramos, e que é cada vez maior, infelizmente.
Um cidadão hoje tem de ser global, tem de olhar, ouvir, e comunicar com o mundo, tem de dominar línguas, tem de entender as novas formas de viver e de trabalhar, tem de saber usar os recursos infindáveis que a Internet lhe oferece, tem de estar informado, tem de aprender sempre.
Notam-se alguns sinais de mudança, nas novas empresas que florescem um pouco por toda a parte, no dia a dia nas ruas, nos resultados das eleições autárquicas.
Mas a mudança será lenta, geracional, difícil, com custos, que temos de saber minorar.
Os políticos passam e as pessoas ficam.
sábado, 12 de outubro de 2013
Um cidadão global
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1 comentário:
Plenamente de acordo, mas quem está na gestão central disto, e não sabe, acredita que o regressom ou o uso dos velhos paradigmas do exercicio do poder, é que nos levam para "outro lugar"! Ainda não entenderam que, como bem diz, não há regresso!
Quando se aprende algo, como se pode esquecer, ou limpar da mente!
Aprendemos a aprender, a procurar, a comparar e ser livres, dentro de parametros novos, mas LIVRES!
Como esquecer isso?
Ha quem acredite que é com ferramentas de outros tempos, de crise, ou seja de mudança!
Mas hoje já não funcionam! Somos, ou começamos a ser, uma civilização atenta, informada e auto-ajustada aos nossos proprios designios!
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