sábado, 5 de abril de 2014

E se as pessoas fossem remuneradas pela sua disponibilidade?

Aquilo que me parece muito errado por exemplo para a remuneração das PPP das ex-SCUT - de acordo com a disponibilidade das AE e não do tráfego efectivamente verificado, desde que não exceda um determinado valor - e que foi uma porta para contratos ruinosos, assinados por políticos que sabiam que estavam a favorecer interesses privados, já me parece bem para as pessoas.
Para simplificar, imaginemos uma profissão, sei lá, empregado de mesa, em que há um determinado nível de desemprego, que origina uma fila de espera para a obtenção de emprego, constituída por todos os desempregados dessa profissão, numa determinada área geográfica.
Estes desempregados são um pouco fruto do acaso, e não do seu demérito, estão disponíveis para trabalhar tal como os seus colegas empregados, poderão até ser mais competentes, e não se percebe que seja penalizados por algo que não lhes diz respeito.
A pergunta que coloco é pois, porque não são remunerados por essa disponibilidade, por um valor equivalente?
fonte: oinsurgente.org 
Imaginemos um sector em que 15% da mão de obra disponível está desempregada.
Todos estes desempregados teriam trabalho se cada um cedesse 15% do que tem, eventualmente, como eu defendo, sem prejuízo, uma vez que os custos seriam coberto pelas economias no subsídio de desemprego e em toda a máquina burocrática associada.
Bastaria, por exemplo, rodar as pessoas de tal modo que o trabalho fosse distribuído por todos de uma forma equitativa, obrigando cada um, por exemplo ao fim de 11 meses de trabalho, a dar o lugar ao primeiro da lista de espera e a tomar o lugar do último dessa lista, sendo certo que a sua vez chegaria dentro de dois ou três meses, em função do nível de desemprego no sector.
Entretanto, cada trabalhador seria sujeito a uma avaliação no fim de cada período de trabalho, que lhe permitiria ver ajustada a sua remuneração neste mercado virtual, para cima ou para baixo, de acordo com a sua competência.
Não havendo nada mais compensador para quem quer trabalhar que saber que a sua vez chegará, num sistema equitativo e transparente, em que, no fundo, o desemprego acaba por ser absorvido por umas férias mais longas de cada um, parece-me que este sistema poderia desbloquear muitos fantasmas de emprego e de desemprego, com vantagens evidentes, criando novos factores competitivos, abrindo portas a um melhor usufruto do lazer, e expurgando a sociedade desta noção mentirosa de desempregado, que não tem emprego, que não serve para nada.
Excluídos ficariam automaticamente os incapazes, merecedores do nosso apoio, e aqueles que realmente não querem trabalhar, que acham que são os outros que os devem sustentar, e para os quais um apoio mínimo será talvez de mais.
Não estará na altura de mudarmos de paradigma?

Sem comentários: