Para simplificar, imaginemos uma profissão, sei lá, empregado de mesa, em que há um determinado nível de desemprego, que origina uma fila de espera para a obtenção de emprego, constituída por todos os desempregados dessa profissão, numa determinada área geográfica.
Estes desempregados são um pouco fruto do acaso, e não do seu demérito, estão disponíveis para trabalhar tal como os seus colegas empregados, poderão até ser mais competentes, e não se percebe que seja penalizados por algo que não lhes diz respeito.
A pergunta que coloco é pois, porque não são remunerados por essa disponibilidade, por um valor equivalente?
fonte: oinsurgente.org
Imaginemos um sector em que 15% da mão de obra disponível está desempregada.Todos estes desempregados teriam trabalho se cada um cedesse 15% do que tem, eventualmente, como eu defendo, sem prejuízo, uma vez que os custos seriam coberto pelas economias no subsídio de desemprego e em toda a máquina burocrática associada.
Bastaria, por exemplo, rodar as pessoas de tal modo que o trabalho fosse distribuído por todos de uma forma equitativa, obrigando cada um, por exemplo ao fim de 11 meses de trabalho, a dar o lugar ao primeiro da lista de espera e a tomar o lugar do último dessa lista, sendo certo que a sua vez chegaria dentro de dois ou três meses, em função do nível de desemprego no sector.
Entretanto, cada trabalhador seria sujeito a uma avaliação no fim de cada período de trabalho, que lhe permitiria ver ajustada a sua remuneração neste mercado virtual, para cima ou para baixo, de acordo com a sua competência.
Não havendo nada mais compensador para quem quer trabalhar que saber que a sua vez chegará, num sistema equitativo e transparente, em que, no fundo, o desemprego acaba por ser absorvido por umas férias mais longas de cada um, parece-me que este sistema poderia desbloquear muitos fantasmas de emprego e de desemprego, com vantagens evidentes, criando novos factores competitivos, abrindo portas a um melhor usufruto do lazer, e expurgando a sociedade desta noção mentirosa de desempregado, que não tem emprego, que não serve para nada.
Excluídos ficariam automaticamente os incapazes, merecedores do nosso apoio, e aqueles que realmente não querem trabalhar, que acham que são os outros que os devem sustentar, e para os quais um apoio mínimo será talvez de mais.
Não estará na altura de mudarmos de paradigma?
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