Tem de chegar. Vai chegar. Está a chegar. Chegou!
Dez anos de euro chegaram para mostrar que não há meias soluções, que não se pode viver à europeia e não ser europeu, com tudo o que isso significa.
Nesta Europa, inacabada, desconfiada, querer continuar, indefinidamente, a depender da generosidade dos outros, não é solução, e ainda bem, digo eu!
Percebemos agora que demos cabo de tudo, da agricultura, das pescas, das indústrias tradicionais, em troca de uma miragem traduzida nalguns milhões, que nunca produziram os efeitos prometidos.
Quando Francisco Van Zeller nos diz que um dos entraves aos estaleiros de Viana do Castelo é uma mão-de-obra "muito desatualizada e habituada a maus hábitos" está a pôr o dedo na ferida, está a perguntar como foi possível ignorar durante os últimos 25 anos este problema premente da valorização dos nossos recursos humanos, da sua preparação para o choque violentíssimo de uma nova economia à escala global, como foi possível passar ao lado?
Séculos de caciquismo, de corrupção, de aversão à educação, de uma tragédia a que não podemos fechar mais os olhos, e que os governantes que escolhemos não foram capazes de diagnosticar e, muito menos, resolver, não explicam tudo.
A verdade é que tivemos no governo gente impreparada, mais preocupada em servir-se do que em servir, que enriqueceu, que fez negócios escandalosos, e que não é sequer capaz de reconhecer que errou, que nos conduziu a uma situação insustentável, e que é preciso mudar tudo!
Agora, precisamos de um governo que nos motive a apertar o cinto para atravessar este deserto, quanto mais depressa melhor! Que pare com a hemorragia das PPP. Que adopte as medidas de emergência necessárias para reduzir drasticamente o nível de desemprego. Que não tenha medo de decisões arrojadas. E que nos ponha a trabalhar, trabalhar muito, a estudar, estudar muito, para que nunca mais aconteça!
Mas como? Poderá este sistema regenerar-se? É disso que se trata! É a hora da verdade!
sábado, 20 de outubro de 2012
A hora da verdade
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