A história, a nossa história, foi e é escrita pelos milhares de milhões de seres humanos que já viveram e vivem no planeta, uns 108 mil milhões segundo algumas estimativas. O que somos, o que fizemos, o que deixamos de fazer, depende das decisões que todos tomamos, de fazer, seguir, concordar, discordar, ignorar, contrariar ou mesmo esquecer. Não há forma de algum de nós alijar a sua responsabilidade neste todo!
Não há um maestro que tudo determine, o maestro somos nós, a nossa tábua de valores, o respeito pela vida, liberdade e bem estar de todos. A nossa força, a nossa garantia de sobrevivência, residem exactamente nesta complexidade, neste conjunto gigantesco de interdependências e de interacções, que nenhum individualmente será capaz de controlar de uma forma continuada. É o que nos ensina a história.
Entretanto, o mundo vai ficando cada vez mais pequeno, estamos a construir um novo espaço público, a Internet, hoje usada por mais de um terço de toda a humanidade, onde a distância não conta, onde a informação circula à velocidade da luz, onde nos relacionamos de um forma completamente nova.
Esta construção é contudo humana, produto da nossa mente, das nossas mentes, e não se impõe por si. Não somos escravos. Não queremos saber o programa que está dentro de cada um de nós. Queremos acreditar que haverá sempre uma ordem por decifrar.
("O caos é uma ordem por decifrar", in José Saramago, O Homem Duplicado)
sexta-feira, 25 de abril de 2014
sábado, 5 de abril de 2014
E se as pessoas fossem remuneradas pela sua disponibilidade?
Aquilo que me parece muito errado por exemplo para a remuneração das PPP das ex-SCUT - de acordo com a disponibilidade das AE e não do tráfego efectivamente verificado, desde que não exceda um determinado valor - e que foi uma porta para contratos ruinosos, assinados por políticos que sabiam que estavam a favorecer interesses privados, já me parece bem para as pessoas.
Para simplificar, imaginemos uma profissão, sei lá, empregado de mesa, em que há um determinado nível de desemprego, que origina uma fila de espera para a obtenção de emprego, constituída por todos os desempregados dessa profissão, numa determinada área geográfica.
Estes desempregados são um pouco fruto do acaso, e não do seu demérito, estão disponíveis para trabalhar tal como os seus colegas empregados, poderão até ser mais competentes, e não se percebe que seja penalizados por algo que não lhes diz respeito.
A pergunta que coloco é pois, porque não são remunerados por essa disponibilidade, por um valor equivalente?
Todos estes desempregados teriam trabalho se cada um cedesse 15% do que tem, eventualmente, como eu defendo, sem prejuízo, uma vez que os custos seriam coberto pelas economias no subsídio de desemprego e em toda a máquina burocrática associada.
Bastaria, por exemplo, rodar as pessoas de tal modo que o trabalho fosse distribuído por todos de uma forma equitativa, obrigando cada um, por exemplo ao fim de 11 meses de trabalho, a dar o lugar ao primeiro da lista de espera e a tomar o lugar do último dessa lista, sendo certo que a sua vez chegaria dentro de dois ou três meses, em função do nível de desemprego no sector.
Entretanto, cada trabalhador seria sujeito a uma avaliação no fim de cada período de trabalho, que lhe permitiria ver ajustada a sua remuneração neste mercado virtual, para cima ou para baixo, de acordo com a sua competência.
Não havendo nada mais compensador para quem quer trabalhar que saber que a sua vez chegará, num sistema equitativo e transparente, em que, no fundo, o desemprego acaba por ser absorvido por umas férias mais longas de cada um, parece-me que este sistema poderia desbloquear muitos fantasmas de emprego e de desemprego, com vantagens evidentes, criando novos factores competitivos, abrindo portas a um melhor usufruto do lazer, e expurgando a sociedade desta noção mentirosa de desempregado, que não tem emprego, que não serve para nada.
Excluídos ficariam automaticamente os incapazes, merecedores do nosso apoio, e aqueles que realmente não querem trabalhar, que acham que são os outros que os devem sustentar, e para os quais um apoio mínimo será talvez de mais.
Não estará na altura de mudarmos de paradigma?
Para simplificar, imaginemos uma profissão, sei lá, empregado de mesa, em que há um determinado nível de desemprego, que origina uma fila de espera para a obtenção de emprego, constituída por todos os desempregados dessa profissão, numa determinada área geográfica.
Estes desempregados são um pouco fruto do acaso, e não do seu demérito, estão disponíveis para trabalhar tal como os seus colegas empregados, poderão até ser mais competentes, e não se percebe que seja penalizados por algo que não lhes diz respeito.
A pergunta que coloco é pois, porque não são remunerados por essa disponibilidade, por um valor equivalente?
fonte: oinsurgente.org
Imaginemos um sector em que 15% da mão de obra disponível está desempregada.Todos estes desempregados teriam trabalho se cada um cedesse 15% do que tem, eventualmente, como eu defendo, sem prejuízo, uma vez que os custos seriam coberto pelas economias no subsídio de desemprego e em toda a máquina burocrática associada.
Bastaria, por exemplo, rodar as pessoas de tal modo que o trabalho fosse distribuído por todos de uma forma equitativa, obrigando cada um, por exemplo ao fim de 11 meses de trabalho, a dar o lugar ao primeiro da lista de espera e a tomar o lugar do último dessa lista, sendo certo que a sua vez chegaria dentro de dois ou três meses, em função do nível de desemprego no sector.
Entretanto, cada trabalhador seria sujeito a uma avaliação no fim de cada período de trabalho, que lhe permitiria ver ajustada a sua remuneração neste mercado virtual, para cima ou para baixo, de acordo com a sua competência.
Não havendo nada mais compensador para quem quer trabalhar que saber que a sua vez chegará, num sistema equitativo e transparente, em que, no fundo, o desemprego acaba por ser absorvido por umas férias mais longas de cada um, parece-me que este sistema poderia desbloquear muitos fantasmas de emprego e de desemprego, com vantagens evidentes, criando novos factores competitivos, abrindo portas a um melhor usufruto do lazer, e expurgando a sociedade desta noção mentirosa de desempregado, que não tem emprego, que não serve para nada.
Excluídos ficariam automaticamente os incapazes, merecedores do nosso apoio, e aqueles que realmente não querem trabalhar, que acham que são os outros que os devem sustentar, e para os quais um apoio mínimo será talvez de mais.
Não estará na altura de mudarmos de paradigma?
terça-feira, 1 de abril de 2014
Deplorável!
Será que um dia aprenderemos a depender apenas do nosso esforço, sem andar atrás de miragens, da Índia, de África, do Brasil, da Europa, do Euro, da reestruturação?
Será que um dia vamos tomar conta do nosso destino, pensar, encontrar um lugar, fazer?
Será que um dia vamos olhar a sério para nós próprios, para o mal que fazemos a nós próprios, na educação, no património, na justiça, na saúde?
Será que um dia nos livramos dos que se governam, dos que se especializaram em viver à custa dos nossos impostos, dos que singram impunemente, à nossa frente, sendo mais depressa aplaudidos que punidos?
Será que um dia vamos perceber que não há salvadores, não há receitas milagrosas, não há fórmulas para o crescimento económico?
Será que um dia vamos perceber que o mundo mudou, que a economia não é comandada pela produção, que estamos em pleno século XXI, numa sociedade global, cada vez com menos fronteiras, cada vez mais aberta?
Será que um dia nos libertaremos dos estigmas do passado, das contradições entre mais automação e mais emprego, da ideia de um Estado omnipresente e omnipotente?
Receio bem que não, que vamos continuar a preferir não mexer, não mudar, e esperar, que o pior não seja muito pior, sem tocar em nada de essencial, a começar pelo sistema político, por este exército de políticos incompetentes, que nada faz, que nada muda, que não sabe, que não sabe que não sabe.
E há tanto a fazer, há tanto que se pode fazer já, que é preciso fazer já, que não pode esperar nem mais um minuto!
Será que um dia vamos tomar conta do nosso destino, pensar, encontrar um lugar, fazer?
Será que um dia vamos olhar a sério para nós próprios, para o mal que fazemos a nós próprios, na educação, no património, na justiça, na saúde?
Será que um dia nos livramos dos que se governam, dos que se especializaram em viver à custa dos nossos impostos, dos que singram impunemente, à nossa frente, sendo mais depressa aplaudidos que punidos?
Será que um dia vamos perceber que não há salvadores, não há receitas milagrosas, não há fórmulas para o crescimento económico?
Será que um dia vamos perceber que o mundo mudou, que a economia não é comandada pela produção, que estamos em pleno século XXI, numa sociedade global, cada vez com menos fronteiras, cada vez mais aberta?
Será que um dia nos libertaremos dos estigmas do passado, das contradições entre mais automação e mais emprego, da ideia de um Estado omnipresente e omnipotente?
Receio bem que não, que vamos continuar a preferir não mexer, não mudar, e esperar, que o pior não seja muito pior, sem tocar em nada de essencial, a começar pelo sistema político, por este exército de políticos incompetentes, que nada faz, que nada muda, que não sabe, que não sabe que não sabe.
E há tanto a fazer, há tanto que se pode fazer já, que é preciso fazer já, que não pode esperar nem mais um minuto!
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