segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Arrumar a casa

Nós por cá sempre gostamos de fazer o que nos passa pela cabeça, sem pensar nos outros e nem mesmo no nosso próprio futuro!
Depois, somos um país sem estradas, só com ruas, sem qualquer sentido de organização, mesmo de defesa do nosso próprio bem estar. Famílias isoladas, pessoas isoladas, custos caríssimos, qualidade de vida péssima.
Sempre que viajo de avião, gosto de olhar para o terreno e ver como noutros países as pessoas organizam as suas casas, em pequenas vilas ou aldeias, à volta de uma praça, onde há um jardim, uma escola, um centro social, e vizinhos, que se ajudam mutuamente, e que são a primeira linha de apoio a cada um, contra o isolamento.
Tudo isto contrói-se lentamente, com outras mentalidades, com espírito de partilha, pensando menos no imediato e mais a médio prazo.
Mas tudo isto esbarra com a política, com o sistema político, com a necessidade de ganhar eleições no imediato, com obras disparatadas, mais uma piscina, mais uma rotunda, mais uma festa, mais um fogo de artifício, mais um adiamento do essencial.
Todos nós somos capazes de identificar dezenas, centenas, milhares de obras inúteis, de dinheiro mal gasto em benefício de alguns, do conluio entre o político, o construtor e o gerente bancário, e um país sucessivamente adiado.
O facto de esta mudança de mentalidades não se poder fazer de um dia para o outro torna-a ainda mais urgente!

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