Diz-se que estamos na hora da realidade virtual, dos equipamentos de realidade virtual, de um novo mundo virtual que se sobrepõe à realidade física, palpável, terrena, de todos os dias.
No entanto, a realidade virtual é possívelmente a conquista mais antiga da humanidade.
O que é a memória, senão uma realidade virtual? Ou um texto escrito, um poema, um romance, uma história, que nos transporta para um universo só nosso, pelas mãos do seu autor? Ou uma imagem, uma fotografia, uma pintura? Ou um som, a abertura de uma sinfonia, que nos leva para uma sala onde nunca estivemos, um ruído de fundo, uma voz que canta? Um cheiro. Um toque.
Um livro não é um papel impresso. Uma pintura não é uma tela pintada. A realidade "real" é essencialmente virtual.
E esses equipamentos que se anunciam são enormes limitações a esta vivência, porque tentam fixar a nossa atenção, a nossa imaginação, reduzindo-a a um cenário imposto, estranho, contraproducente.
sexta-feira, 27 de janeiro de 2017
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