terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Construir

Um país constrói-se a pensar no presente e no futuro. E a natureza ensina-nos a planear e prever.
A cortiça de hoje, o azeite de hoje, resultaram de decisões de pessoas que viveram antes, mas com essa visão de futuro.
Uma ponte bem feita, é feita para durar, para respeitar a natureza, e para preservar os valores estéticos do local onde é construída.
A escola também tem de pensar que está a formar jovens para viver num mundo que apenas podemos imaginar ou tentar prever. É esse o grande desafio.
Com as ferramentas de hoje, há matérias que aprendemos na escola e que agora são absolutamente dispensáveis, e há outras que a escola não nos ensina e que deveria ensinar.
Se há sessenta anos eu sabia de cor todas as estações e apeadeiros dos caminhos de ferro portugueses, porque não havia um Google, não fazia a mínima ideia de como evoluiria a mente humana perante as novas ferramentas sociais, que nos permitem comunicar instantâneamente com quem quisermos, comentar o que os outros dizem, tentar induzir os outros em erro, ameaçar, incomodar, criar personagens e notícias falsas, a coberto da sensação de impunidade que estar atrás de um ecrã ocasiona.
Este mundo altamente interactivo é muito perigoso, e todos temos de ter consciência de que estamos a construir instrumentos ao mesmo tempo aliciantes e com grande poder de destruição.

Sem comentários: