Portugal vive horas difíceis, como sempre!
Se pensarmos bem, nunca ao longo da nossa história, tivemos um período com a duração de uma vida sem grandes problemas, sem grandes tragédias.
O que há de doloroso na hora actual é terem decorridos 38 anos depois do 25 de Abril, é termos posto termo a uma guerra colonial sem sentido, é estarmos na Europa comunitária de pleno direito há mais de 25 anos, é termos recebido fundos comunitários imensos, e continuarmos na cauda da Europa, na cauda dos países desenvolvidos, como ainda recentemente o
Wall Street Journal retratou, num artigo que nos envergonha, em nos aponta como os cábulas da Europa!
Realmente, é completamente incompreensível que no final da primeira década do século XXI, em Portugal, mais de 70% dos habitantes entre os 25 e os 64 anos não tenham completado o ensino secundário, o que nos coloca atrás do México e da Turquia, por exemplo.
Culpa dos anteriores governos, que têm nomes, Cavaco, Guterres, Durão, Santana, Sócrates, que defraudaram completamente quem acreditou nas suas promessas, e que esbanjaram a nossa riqueza em negócios criminosos, em obras megalómanas, em máquinas partidárias, no crédito fácil, sem cuidar do essencial, da justiça à segurança social, da saúde ao combate à corrupção, e sem travar
a batalha essencial, a da educação, sem a qual nunca sairemos do grau zero do desenvolvimento.
Enquanto esta batalha não for vencida, e vai demorar muitos anos, continuaremos a ser um país de pessoas que não têm mais do que a sua disponibilidade para trabalhar, e que, por isso, pedem emprego, sem sequer pensar que aquilo que realmente sabem fazer já de pouco serve, num mundo que mudou sem sequer darem conta!
Como sair daqui?
Sair do Euro, ou mesmo ter duas moedas, não é solução, especialmente para os mais novos, que estudaram, que querem justamente ser europeus, ser cidadãos do mundo, afirmar as suas capacidades, derrotar o ónus de terem nascido neste pobre País, que não dá valor à educação, ao contrato social que nos deveria unir.
Resta-nos, assim, ser europeus, assumir essa identidade, e escolher um caminho de progresso entre os estreitos limites que os
nossos credores justamente nos impõem.
Só sairemos daqui com um governo competente, que saiba negociar na Europa, que não queira ser o "bom aluno" envergonhado, sem voz, mas o parceiro para uma Europa melhor, porque os números que nos envergonham também envergonham a Europa.
E um governo livre, que não tenha na sua constituição quem nos conduziu à situação em que estamos, que restaure a independência nacional, nomeadamente a económica, que negoceie as rendas (PPP, juros, amortização da dívida) em bases realistas, e que ganhe os cidadãos para esse projecto.
E que invista tudo na Educação!