domingo, 27 de dezembro de 2009

O Ar em Casablanca

Estive uma única vez em Casablanca, cortesia da Royal Air Maroc, que se atrasou tanto no vôo Agadir - Casablanca que perdemos o vôo Casablanca - Lisboa. Atrasou-se horas!
Estivemos horas no aeroporto de Agadir, nós e um avião, à espera que uma tripulação nos levasse, mas quando chegamos a Casablanca, já era tarde. O avião para Lisboa esperou, esperou, até que desesperou e partiu.
Aí, a Royal Air Maroc portou-se à altura! Hotel 5 estrelas para todos, um dia de pensão completa - jantar, dormida, pequeno almoço e almoço. Hotel Farah. Antes do hotel, um "pequeno" pormenor: as nossas bagagens tinham sido despachadas para Lisboa, e oficialmente já não estavam em Marrocos, mas nós estávamos, e assim não podíamos pegar nelas... só olhar... Telefonema mais telefonema - parecia que era a primeira vez - e a coisa lá se resolveu.
A primeira impressão de Casablanca foi mesmo esta à porta do hotel

From Maroc

Depois foi ver a gigantesca mesquita Hassan II, à beira mar, feita com o dinheiro dos marroquinos e aparentemente com sérios problemas de fundações que a Teixeira Duarte foi chamada a resolver,

From Maroc

a medina velha, que rodeamos percorrendo ruas com uma sujidade indescritível, estas duas personagens que me pediram que os fotografasse e depois nem um contacto me deram para lhes fazer chegar a foto

From Maroc

os souks tradicionais e toda a beleza de uma cidade do norte de África

From Maroc

com aquele toque francês que a torna diferente

From Maroc

Valeu bem a pena o atraso!

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

O fim do emprego

Temos de encarar os graves problemas que a economia mundial atravessa como sinais de uma mudança de paradigma que é absolutamente inevitável e que deve ser desejada.
A economia do "direito ao emprego" acabou, e muitos nem notaram. Notaram os desempregados, as principais vítimas do sistema, e mais ninguém! O "direito ao emprego" é o "direito a ser explorado", e está a esgotar-se com a tomada de consciência de cada um de que pode tomar o futuro nas suas mãos, de que não há mais gente providencial, capaz de criar as fábricas e as organizações que vão "dar" emprego decente a todos, de que o futuro de cada um passa em primeiro lugar por ele próprio.
Esta mudança é cultural, pois não estamos preparados para a ideia de que para receber é preciso também dar, de que todos temos de contribuir para o futuro de todos. E exige um governo capaz, que trate dos assuntos verdadeiramente importantes. Que promova a discussão dos tópicos que afectam o nosso futuro. Que entenda que hoje já não é o tempo do hardware, e que começa também a não ser do software, mas sim do brainware, das ideias, da criatividade, do conhecimento. Da criação do próprio emprego.
São desafios fantásticos, e oportunidades fantásticas. Mas acreditamos que quem nos governa nos irá guiar por estes caminhos? Eu não...
Acredito mais nas pessoas, nos eleitores, na nossa capacidade colectiva. Na inteligência colectiva que nos levou ao último resultado eleitoral. Sim, porque perante as opções que os políticos nos apresentaram, qualquer outro resultado teria sido catastrófico!...

sábado, 14 de novembro de 2009

Legalidade não chega! Ética, senhores!

As leis nunca são perfeitas, já se sabe, e há sempre quem esteja pronto a desvirtuar o seu espírito, cumprindo-a à letra. Ocorre-me sempre o caso daquela equipa de ciclismo que dopava os seus ciclistas cirurgicamente para as concentrações das substâncias proibidas estarem sempre ligeiramente abaixo dos limites da lei, esquecendo completamente que assim estava a comprometer a saúde dos seus atletas. Era legal, mas não era obviamente ético. E às vezes falhava, ultrapassavam-se os limites...
Dizia o antigo ministro Pina Moura que a ética é a lei. Mas não é. A ética está no plano dos valores, que toda a gente entende, independentemente dos meandros das leis.
Usar o dinheiro de uma empresa pública para adquirir a um valor várias vezes superior ao valor de mercado um qualquer serviço, pode até ser legal, se tiverem sido cumpridas as regras que condicionam a aquisição de serviços por parte das empresas públicas, mas não é ético.
Usar o dinheiro de um banco para adquirir empresas por valores perfeitamente exorbitantes ou para conceder empréstimos de interesse duvidoso, pode ser legal, se tiverem sido cumpridos os regulamentos respectivos, mas não será certamente ético.
Como não será usar o dinheiro das autarquias em obras desnecessárias, ou autorizar a construção de edifícios que são verdadeiros atentados ao bom senso, por exemplo.
Fica sempre o manto da suspeita, dos interesses privados, do enriquecimento ilícito, do financiamento do futebol ou dos partidos.
É por isso que estou farto desta conversa de legalidade, legalidade, legalidade. Legalidade não chega! Ética, senhores!

domingo, 8 de novembro de 2009

Corrupções

Mas porque somos tão atrasados?
O Manuel Lima, um Português que prestigia Portugal, num estudo por ele realizado, mostra como num grupo de 20 países todos menores que nós em área e em população, nós conseguimos ser o último no que diz respeito ao produto. Somos o primeiro dos 20 em área e em população, e o vigésimo em produção per capita. Não é por sermos poucos ou pequenos que somos atrasados!
Somos atrasados porque nos atrasamos e não fazemos nada para recuperarmos dessa situação.
E não há nada mais preocupante do que o que se passa nas nossas escolas, pois sem uma educação integral para a vida, centrada no princípio de que viver em sociedade é dar e receber, não passaremos de miseráveis pedintes, na nossa casa, na nossa rua, no nosso País, no mundo. É que para receber, é preciso dar. E para dar é preciso saber construir.
Mas não, preferimos este assalto aos dinheiros públicos, de todos, por parte de alguns. Esta mistura de empreses públicas deficitárias, de obras públicas, de futebol, de interesses mesquinhos de alguns, de encobrimentos, de incapacidade do nosso sistema judicial, só mostra que o que resulta é a cunha, o esquema, a esperteza saloia.
Sem aprendermos a lidar com a corrupção, sem percebermos o verdadeiro cancro social que é esta atitude desleixada de deixar andar, nunca seremos melhores.
E os melhores nunca aceitarão o desafio de nos governar!

terça-feira, 6 de outubro de 2009

O autocarro 102

Estou em Bucareste porque fui convidado para avaliar projectos para a ANCS - Autoritatea Nationala pentru Cercetare Stiintifica.
Em Bucareste, estou pela terceira vez, e a avaliar projectos, pela segunda.
Na primeira vez, tinha sido convidado pela UEFISCSU - Unitatea Executiva pentru Finantarea Invatamantului Superior si a Cercetarii Stiintifice Universitare.
Bucareste é uma cidade extraordinária, de que se vai gostando a pouco e pouco. Começa por ser medonha, enorme, confusa, e acaba sendo excitante, monumental, com uma vida própria surpreendente, dia e noie, de segunda a domingo.
Cheguei no domingo à noite, e logo reparei que todos os restaurantes bons estavam a abarrotar. Não consegui uma mesa no Caru' cu bere... nem nos outros que procurei. Acabei por ir ao simpático City Grill, no centro histórico. Jantei por 23 lei, menos de 6 euros, crepe de chocolate incluído...

Do aeroporto para o Novotel Bucharest City Centre, onde estou, usei o autocarro 783, em que um bilhete de ida e volta custa 7 lei, menos de 2 euros, e sai na Universitate, bem perto do hotel. Recuso-me a usar taxis, nomeadamente aqui, em que o preço é variável, embora esteja (quando está) anunciado na porta. Taxis sem preço afixado não são recomendados em nenhum caso. E a propósito, o brunch de domingo no Novotel custa 170 lei por pessoa (42 euros). No Hilton, aqui ao lado, 165.

A aventura começou com o transporte para o local da avaliação no dia seguinte. Ao contrário do que aconteceu na minha primeira avaliação, em que usamos as instalações da UEFISCSU, bem no centro, a ANCS resolveu instalar os avaliadores no ICEMENERG,

From em Bucareste, para avaliar projectos da ANCS

que fica bem longe do centro, mesmo ao lado de uma das três centrais térmicas que alimentam esta cidade de muitos milhões de habitantes.

From em Bucareste, para avaliar projectos da ANCS

Simpaticamente, descobriram um hotel ainda herdado do anterior regime e bem perto do ICEMENERG, o RIN Grand Hotel, e convidaram toda a gente a ficar lá, a um preço convidativo, menos de metade do que estou a pagar no Novotel, e com um autocarro para levar todos os avaliadores às 8:30 da manhã e trazê-los de volta às 18:00.

Se há coisa que eu destesto, são estes hotéis isolados de tudo. Felizmente, já tinha reservado o Novotel e não segui o conselho. Fiquei em troca com o problema de estar às 8:30 no RIN ou no ICEMENERG.

Comecei por perguntar ao ANCS, que me disse que a única maneira de lá chegar era de táxi! Achei estranho. Perguntei à Claudia (que é romena) que me disse que não estava a ver nenhuma solução melhor. A Claudia perguntou ao Pai dela, que vive em Bucareste, que me deu o mesmo conselho, taxi... Parecia um complô.

Entretanto, noto que num ofício sobre esta logística toda era dito que quem não estivesse às 8:30 no átrio do RIN teria de ir no autocarro 102, três paragens. Fez-se-me luz! Abri o mapa gigante que a Claudia me tinha oferecido há uns tempos, e reparei que numa estação do metro próxima, Aparatorii Patriei, também passava o autocarro 102! Eureka! Bastava ir na linha 2 do metro da Universitate até Aparatorii Patriei, 6 estações, e depois apanhar o autocarro 102 até ao hotel, aí umas 4 paragens.

Como sabia que o custo das viagens é o mesmo no metro, nos autocarros, nos trólei-carros e nos tramways, admiti que a minha carta de 10 bilhetes servisse. Saí do hotel às 7:45, e às 8:05 estava em Aparatorii Patriei. Olho para o lado e lá vinha o 102. Entrei, tendo validar o bilhete, e descubro que as máquinas são incompatíveis! Era preciso um bilhete diferente!... Bem. Ninguém falava senão romeno, mas uma senhora oferece-me um bilhete e assim se resolve a situação. Perguntei-lhe quanto custava, ela não queria aceitar, mas outra lá a convence e ela aceita o meu leu (um leu, vários lei...). Chego ao hotel às 8:20, bem a horas.

Entretanto, começam a perguntar-me como cheguei ao hotel, e eu falo no autocarro 102. O que eu fui falar!... A linha 102 é perigosíssima, garantia de assalto no mínimo, aquela genta tranquila que me ajudou, afinal não era, e portanto não podia andar mais alí. Ponto. Como lhes disse que tinha aversão a táxis a desfazer-se, sem ar condicionado, cheios de fumo, houve reunião dos responsáveis, e decidiram levar-me a outra estação do metro, mais segura, para eu seguir a partir daí. Solução bem pior, pois exigia mudança de comboio na Piata Unirii.

Claro que hoje de manhã usei o mesmo caminho, já equipado de um bilhete adequado. Correu tudo bem, e às 8:15 lá estava no hotel RIN para apanhar o autocarro dos avaliadores. Ainda não perceberam porque não fui assaltado!...

E de tarde, vim pelo mesmo caminho, claro!

(depois conto a história do almoço de hoje)

domingo, 20 de setembro de 2009

O comportamento caótico do voto útil...

Uma vez que todos os votos contam, mesmo os nulos e os que não se depositam nas urnas, fala-se agora muito em voto útil. Mas estamos numa situação em que o voto útil não é fácil de decidir. Parecendo que a grande maioria das pessoas pretende hoje que Sócrates ou Manuela governem, mas sem maioria absoluta, a questão é, pois, como é que se consegue um resultado destes?
Como se todos os que pretendem um governo Sócrates, ou Manuela, com maioria relativa, votarem Sócrates, ou Manuela, pode muito bem acontecer que essa maioria se transforme em absoluta, há aqui um problema de inteligência colectiva que não é fácil de equacionar.
Há dois tipos básicos de comportamento humano que aqui se confrontam, tal como num jogo de cara ou coroa, em que há os que jogam cara porque têm saído muitas caras, e os que jogam coroa porque... têm saído muitas caras! Agora, é os que votam Sócrates, ou Manuela, porque as sondagens lhes dão vantagem, e os que votam Sócrates, ou Manuela, porque as sondagens não lhes dão vantagem! Outra situação deste género é o da evolução de uma população, em que se combinam os efeitos da população, quantos mais pais mais filhos, e da fome, quantos mais pais, menos filhos.
Ao estudar este problema, Verhulst chegou a uma equação recursiva muito simples
x(n) = alfa.x(n-1).[1 - x(n-1)]
em que x(n) é um valor entre 0 e 1 e alfa é uma constante de proporcionalidade, alfa < 4, tendo chegado à conclusão que para alfa superior a 3.57 a sequência começa a exibir um comportamento caótico.
O que explicava o comportamento aparentemente imprevisível das populações de coelhos em certas ilhas, e talvez explique a dificuldade de realizar sondagens nos dias de hoje...

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Partido Nulo

Esta ideia do Partido Nulo desperta-me muita simpatia.
Se um voto em branco é uma não escolha - qualquer um serve, os outros que escolham, um voto nulo é uma escolha - nenhum serve! E se nenhum serve ninguém deve ocupar esse lugar.
Esta ideia de ficaram vazias as cadeiras correspondentes aos votos nulos não só permite poupar os custos correspondentes a esses deputados inexistentes, como vai assinalar permanentememte, durante todo o mandato, a real representatividade dos deputados reais, e deveria mesmo contar para a formação de maiorias nas votações.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

A New Kind of Science

Sou um admirador incondicional de Stephen Wolfram, o criador de Mathematica, uma ferramenta extraordinária de computação, modelação, simulação e documentação, e usada em MathWorld, uma fantástica colecção de recursos de matemática criado pelo não menos notável Eric Weisstein, de WolframAlpha, um motor de conhecimento computacional que começa agora a ser compreendido, e de tantas outras iniciativas.
Não resisti a adquirir a versão em papel de A New Kind of Science, que está completamente disponível na Web, mas que tem um sabor especial se puder ser manuseado em papel. Disse manuseado, e não disse lido. O livro contem material desenvolvido ao longo de 20 anos, 1200 páginas de texto altamente condensado e sintético, meio milhão de palavras, e a sua escrita necessitou de cerca de 10 anos de trabalho contínuo, cem milhões de teclas premidas, centenas de milhares de páginas de notas em Mathematica, um milhão de linhas de código, e mais de um milhão de biliões de operações de computador.
Wolfram nasceu em 1959 em Londres, é um jovem.
A New Kind of Science, em papel, ou na Web, é incontornável para quem quiser perceber as relações entre as ciências que nos rodeiam e que afectam e de certo modo determinam as nossas vidas. Vale a pena visitar o site, onde se encontram projectos de demonstração, foruns de discussão e muitas outras oportunidades de entrar no munod de Stephen Wolfram.

sábado, 8 de agosto de 2009

Paisagem protegida

Antigamente era a APPLE - Área de Paisagem Protegida do Litoral de Espozende, e agora é parte do Parque Natural do Litoral Norte.
Fica na foz do Cávado, aquela língua de dunas entre o rio e o mar, conhecida por Ofir.
Podia ser um paraíso, mas está ameaçada seriamente, talvez mesmo definitivamente, pela intervenção humana.
São os ataques ao domínio público, que já nem as margens dos rios respeitam, nem os próprios leitos,

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as construções completamente aberrantes no meio das dunas,

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e as agressões visuais.

From Blogger Pictures

São estes os nossos políticos.
Mas será que não podemos mesmo fazer nada?

domingo, 2 de agosto de 2009

Como será estar contente?

Hoje saí de casa com este poema na cabeça. [ver aqui e aqui]
E daí saltei para Carl Sagan e António Damásio. Como funciona mesmo o nosso cérebro?
E nós, os seres humanos? Como funcionamos?
E continuei.
Afinal, é bem possível que não haja nada de muito espectacular.
De certo modo, teremos um nível de planeamento e controlo, o nosso cérebro, digamos, e um nível de execução e monitorização, os músculos e os sentidos. Mais um sistema de energia, a alimentação, a respiração e a circulação sanguínea, e um sistema de comunicações, o sistema nervoso. E um sistema de manutenção e renovação, as células que morrem e nascem todos os dias.
Focando-nos no cérebro, aí encontramos uma rede neuronal gigantesca, uns cem mil milhões de neurónios, e as respectivas conexões, que vamos estabelecendo ao longo da vida. Aprender é estabelecer estas conexões, no fundo os coeficientes e os níveis de disparo de cada neurónio. Um processo essencialmente químico.
E depois temos esta capacidade de comunicar uns com os outros, de cooperar e de competir, e de nos reproduzirmos.
Estar contente ou triste, estar deprimido ou apaixonado, optimista ou pessimista, depende no fundo de uns coeficientes, de uns potenciais de disparo, de umas membranas, de uma concentração química.
Será mesmo?
Gostaria bem que não...

sábado, 1 de agosto de 2009

Esperar para ver?

Pois é!
Vêm aí as eleições legislativas e não se vêem nenhumas perspectivas de mudança.
Com estes protagonistas e com este sistema eleitoral, que é que nos espera?
Se nenhum partido vai ter maioria absoluta, se um governo maioritário, que teria de ser à esquerda, é impossível, se não se vê quem possa governar em minoria, e se um governo fora dos partidos parece condenado à partida, que é que nos espera?
Esperar para ver?

domingo, 26 de julho de 2009

(Des)orientação

O PS conseguiu | permitiu | quis que saltasse para a discussão pública a orientação sexual de um determinado candidato a deputado.
Acho isto muito estranho.
E acho também estranho que as orientações sexuais dos restantes 224 (ou 449, se se incluírem os suplentes) não sejam reveladas. Interrogo-me. Será que o PS pensa que os outros são pouco interessantes deste ponto de vista, por serem "normais"? Será que os outros têm algo a "esconder"? Será exploração pura e simples?
Claro que certos jornais, com o Público à frente, amplificam estas situações e vão procurar obter o máximo de dividendos. Desorientação.

sábado, 11 de julho de 2009

Lusofonia

Peço desculpa pela ignorância.
Não é que são doze os países representados nos segundos jogos da Lusofonia! Enquanto que na Comunidade de Países de Língua Portuguesa não passam de oito...

Aves atacam aviões

O avião que ia fazer hoje a ligação Porto Caracas foi atacado por aves...
Estou a imaginar. As aves, a preparar o ataque. A organizar o exército. Ali, escondidas atrás dos hangares do Francisco Sá Carneiro. E o avião, completamente indefeso, na sua inocência. Sem imaginar o que o esperava.
Será que as aves já não têm respeito por quem voa?

Bem...

Este episódio recorda-me um outro, que vivi em 17 de Maio de 1980, quando estava em Brighton.
Na praia, junto ao Pier, houve um festival aéreo em que uma das atracções eram os famosos Red Arrows. Numa daquelas passagens mais acrobáticas, quatro de cada lado, uns com fumos azuis e outros com fumos vermelhos, qual Porto Benfica, rodando 90º para se cruzarem intercalados, a ponta da asa de um dos aviões, o do comandante da esquadra, toca no mastro de um pequeno iate que estava ali mesmo, ao lado do Pier, à frente do meu nariz.

Percebemos que alguma coisa se tinha passado. O ruído acalmou. Os Red Arrows desapareceram momentâneamente, e algum tempo depois alguém chega de para-quedas. O piloto que se tinha ejectado! E lá se foi mais um Hawk T.1.

Claro que o proprietário do iate foi massacrado por toda a imprensa nos dias seguintes, pela sua imprudência. Mas lembraria ao diabo que um pequeno mastro de um pequeno iate, no seu meio próprio, poderia derrubar um avião daqueles?...

quarta-feira, 1 de julho de 2009

E será que sabemos usar esta nova linguagem?

Comunica-se por palavras, por gestos, por imagens, e agora por cliques. Clico para dizer que vi, para dizer que apoio, para dizer que estou solidário. Clicar é fácil.

Clico para abrir uma porta e clico para a fechar. Mas abrir uma porta não é o mesmo que dar a alguém a chave dessa porta, apesar de muitas vezes confundirmos os dois gestos. E em regra só notamos isso quando a porta subitamente se nos fecha.

Que terá acontecido? Foi inadvertidamente? Foi deliberado? E porquê? Deixei de merecer confiança? Tudo por causa dum clique. Duma permissão que se cancela.

E agora que faço? Nada? Mas não seria só um teste à minha atenção? E o que deveria fazer não seria mesmo perguntar? Ou será uma vontade de fechar um espaço? (todos temos direito aos nossos espaços fechados) Que se deve respeitar sem mais questões.

Não sei. Fica dito.
Se um dia me acontecer, publico uma mensagem como esta.

terça-feira, 30 de junho de 2009

Onde está a nossa identidade?

Nós gostamos desta nova forma de interacção entre pessoas utilizando as TIC.
Criamos uma conta de e-mail, ou quantas quisermos, e temos os instrumentos para nos registarmos nos mais diversos sites de interacção social. Ter uma conta de e-mail é quase como ter um endereço físico, rua e número, cidade e código postal. Ter várias contas, então, é meio caminho andado para criarmos e manejarmos múltiplas identidades digitais.

Pode ser bom, e pode ser mau!
Aconteceu-me no Ning. Na maioria das redes que aí frequento o meu e-mail é o fjr@fe.up.pt, mas numa sou o frestivo@gmail.com. Fui convidado através deste endereço e assim ficou. Só que agora não consigo convencer o Ning que estes dois endereços pertencem a uma mesma pessoa, eu! São dois avatares distintos. Cada um vê o outro como isso mesmo, outro.

Tentei sorrateiramente registar-me com o outro endereço na segunda rede que mencionei. O mesmo nome, a mesma foto, ninguém deu por nada. Fiz um dos meus eus amigo do outro eu. Tudo bem. Há lá dois avatares com o mesmo nome, com a minha cara, amigos um do outro, e não sei como dizer que sou sempre eu!

Posso matar um. Posso mesmo matar os dois. Mas mais nada. Alterar um e-mail é que não. Só me resta a figura triste de apagar o que não quero, perder todos os amigos que ele fez, e o outro voltar a convidar os mesmos amigos. Se me virem numa cena destas, já sabem porquê.

Onde está então a nossa identidade?

domingo, 21 de junho de 2009

A perenidade do imaterial

Na 4ª CISTI - Conferência Ibérica de Sistemas e Tecnologias de Informação, o meu amigo António Dias de Figueiredo falou da Geração 2.0 e os Novos Saberes.
No diálogo que se gerou fez-se muita luz sobre a questão da literacia digital, e deixo aqui uma visão sobre esta questão resultante em parte desse diálogo.

Normalmente, entende-se por literacia a capacidade de um indivíduo produzir, compreender e usar informação escrita em material impresso, saberes considerados indispensáveis ao seu desenvolvimento pessoal e participação social. De acordo.
E sabe-se que ao longo dos tempos o suporte da informação escrita tem evoluído de uma forma dramática, desde a pedra, a madeira, o papiro e o pergaminho, ao papel e aos suportes digitais.

A grande (r) evolução introduzida pelos suportes digitais, pela desmaterialização da informação, pela existência da internet, pelo acesso facilitado da casa de cada um ou do seu terminal móvel aos documentos digitais alojados em servidores em qualquer parte do mundo, tudo mudou.
E mudou no sentido mais inesperado, não facilitando a nossa vida, mas antes criando a necessidade de novos saberes que tardamos em adquirir.

No tempo em que escrevíamos em papel, ou no nosso próprio computador pessoal, estava nas nossas mãos eliminar, difundir, reproduzir essa informação. Quantas notas tem cada um de nós em casa que nunca publicou? Muitas, claro. Alguém as conhece? Muito provavelmente não. E podem ser utilizadas nomeadamente contra nós? Não.

E hoje? Imagine-se este post. Depois de publicado, ficará guardado num servidor que eu não faço ideia onde fica, será copiado por quem o quiser, e se eu quiser alterar o seu conteúdo, ou mesmo apagá-lo, poderei eventualmente fazê-lo relativamente ao documento alojado nesse servidor. E relativamente a essas cópias? Não. Impossível.

Deixamos um rasto na internet. Um rasto muito complexo, que as nossas interacções criam, que os utilizadores da internet ampliam, e que os motores de busca registam e muito dificilmente esquecem. Uma simples pesquisa sobre o que o Google saberá de nós próprios certamente nos deixará assustados...

E se pensarmos que dentro de pouco tempo, se não já hoje, o nosso perfil de utilização da internet, se temos ou não um blog, como usamos a nossa conta no Facebook ou no Twitter, valerá mais do que o nosso próprio CV, é fácil vermos qual é o problema. Estamos a mover-nos no desconhecido, a escrever em suportes que não conhecemos, para leitores que não imaginamos, que utilizarão esses nossos escritos para fins que não antevimos.

São estes os novos saberes. Hoje, cada interacção, cada movimento, cada preferência, cada gesto, ficam registados indelevelmente num suporte digital qualquer, que escapa completamente ao nosso controlo. Não sabemos como proceder, e precisamos de saber.

E o certo é que o que estamos a fazer hoje, o nosso comentário, vai ficar indefinidamente ao dispor de toda a comunidade, independentemente da nossa vontade!

A literacia digital é definitivamente muito complexa.

sábado, 20 de junho de 2009

Twitter, ou o direito de seguir

O Twitter é uma ideia genial.
Uma pessoa regista-se, obtem uma identidade, e a partir daí pode enviar mensagens para quem o seguir, ou então seguir outras pessoas.
Para seguir, é suficiente conhecer a identidade da pessoa que se pretende seguir, embora o seguido tenha sempre a opção de bloquear o seguidor.
Além disso, também é possível o envio de mensagens directas entre utilizadores.

(note-se que uma pessoa não está limitada a uma única identidade no Twitter...)

O que é que as pessoas escrevem?
Cada mensagem está limitada a 140 caracteres, mas idealmente pode-se escrever tudo.
Há quem diga o que está a fazer, o que está a ver, o que está a pensar, o que acaba de descobrir, a última notícia que recebeu, um estado de alma, um grito de dor, um insulto, ou nada de jeito.
E se a ideia não cabe em 140 caracteres, escreve-se em mensagens sucessivas. Fotografias, têm de ser incluídas através de links, de preferência muito curtos.

E o que acontece às mensagens que escrevemos?
Bem, se tudo estiver a funcionar, vão direitinhas para os servidores da Twitter e são depois enviadas cópias para todos os nossos seguidores que nesse momento ou algum tempo depois estejam activos. Podem ser vistas por uma pessoa, por muitas pessoas, ou por ninguém.
Também podem ser acedidas em qualquer altura através de pesquisa das mensagens nos servidores da Twitter.

As pessoas em regra seguem outras pessoas que conhecem, do seu círculo de amigos, ou pessoas que são fontes de informação, de saber, de ideias interessantes, de curiosidade. E obviamente até há mesmo quem se dedique a coleccionar seguidores.

Existem regras de conduta que facilitam a vida, tais como o uso de tags, palavras que são incluídas nas mensagens, precedidas do símbolo #, e que podem ser utilizadas na pesquisa.
Actualmente, já são muitos os eventos que anunciam a tag associada.
Os utilizadores apropriaram-se do Twitter e, com a ajuda das tags, transformaram-no num fantástico motor de pesquisa em tempo real.

Pacífico, isto tudo? Duvido.
Tenho reflectido nesta ideia de seguir e de ser seguido, e é aqui que hesito.
Se eu decido seguir alguém, e esse alguém não me bloqueia, então eu passo a poder ler todas as suas mensagens, e esse alguém sabe que isso acontece. Quando escrevo, escrevo para a minha audiência, que começa por ser o conjunto dos meus seguidores. Mas ao escrever, activa-se certamente um mecanismo de autocensura, mais ou menos evidente, conforme os momentos, as sensibilidades, os temas, as circunstâncias.

É este o ponto. Cada um de nós exerce uma certa censura sobre aqueles que segue. Pode ler. Pode não gostar. Pode não entender. Pode dá-lo a entender. E o seguido pode fazer muito pouco. Em certas situações não pode mesmo bloquear o seguidor, porque teria de explicar porquê.

Ou estarei a exagerar?

terça-feira, 16 de junho de 2009

Três sugestões para Roma

Roma é isto.
Assim de repente, na mesma semana, é possível encontrar três momentos únicos, o primeiro dos quais nunca aconteceu nos últimos 1200 anos:

La Bibbia Carolingia dell'Abbazia di San Paolo fuori le Mura,
que pode ser vista, pela primeira vez, em Roma até ao final deste mês, na Abadia de São Paulo Fora de Muros.
Giotto e il Trecento "Il più Sovrano Maestro stato in dipintura", a Arte de Giotto, século XIII.
Beato Angélico - L'Alba del Rinascimento, Fra Angélico nos Musei Capitolini.


quinta-feira, 28 de maio de 2009

Não é de hoje...

Não digo já o autor, fica como um desafio...

...
Tu fazes, Pátria, as almas cegas,
Prendendo a infância num covil.
Aves não cantam nas adegas;
Se a infância é flor, porque lhe negas
Abril?!

sábado, 23 de maio de 2009

Roma

Cheguei ontem de Roma e, de acordo com os meus registos, foi a minha sexta viagem àquela cidade, nos últimos 20 anos.
Foi também aquela que mais me impressionou.
Sempre gostei da cor e do movimento de Roma, dos sons, da confusão, do calor, e mesmo do lixo. Da Roma imperial e da Roma renascentista. Do Coliseu, da Fontana di Trevi, do Trastevere, do Campo dei Fiori e da Piazza Navona!

From Italia

Mesmo assim, nunca tive Roma na minha lista das top 7 cidades.
Faltava qualquer coisa que me fizesse querer regressar lá.
Mas estes últimos dias, em que pude contactar mais profundamente com muita gente, dia e noite, em que senti o calor das coisas e das pessoas de um outro modo, talvez me façam mudar de opinião.
Há muitas Romas em Roma. Mas a Roma dos romanos, aquela que fala alto, que anda nos autocarros e no metro, que conduz os carros como scooters e as scooters como brinquedos, que sofre e brinca com a crise, merece sempre um regresso.
Até breve.

domingo, 26 de abril de 2009

25 de Abril de 1974

Sou da geração de nasceu depois da segunda grande guerra mundial, e tinha 27 anos em 25 de Abril de 1974. Soube muito pouco dos horrores dessa guerra, ouvi falar vagamente do racionamento de bens alimentares, e de todas as dificuldades, mas passei pelas campanhas de Humberto Delgado e de 1969. Opunha-me totalmente à guerra colonial, e senti a presença de PIDE mais do que uma vez. Quando, ainda aluno da FEUP, estive com os da frente na tentativa conseguida de alterar os nossos planos de estudo, tendo chegado a 'enfrentar' o então ministro Veiga Simão, e já no início dos anos 70, quando estive mais uma vez com os da frente na Assembleia dos Assistentes da FEUP.
Vivi com muita alegria o dia 25 de Abril de 1974 e os primeiros anos depois da revolução.
Mas já se passaram 35 anos, e ainda não aconteceu a revolução, essencialmente cultural, que nos tirará desta posição de tudo esperarmos do governo, sem perceber que o governo somos nós que escolhemos e que o governo deve cumprir um mandato claro do povo e sujeitar-se à sua avaliação. O País está mal, os sistemas essenciais não funcionam nem se regeneram, a corrupção grassa todos os níveis.
Deve estar na hora daqueles que nasceram depois do 25 de Abril de 1974 olharem bem à sua volta e criarem a sua revolução, dotarem o País de uma visão estratégica, de objectivos, planos de acção, orçamentos e equipas capazes de executar esses planos e de prestar contas.
E de pôr fim a essa instituição chamada subsídio de desemprego, que deveria ser substituído por um subsídio de emprego, que não autorize o parasitismo de milhares e milhares de indigentes que vivem à custa daqueles que bem ou mal lá vão trabalhando!

sábado, 18 de abril de 2009

Senhores empresários e gestores!

“Empresários e gestores submissos em relação ao poder político não são, geralmente, empresários e gestores com fibra competitiva e com espírito inovador. Preferem acantonar-se em áreas de negócio protegidas da concorrência, com resultado garantido”. E quem o disse foi Cavaco Silva, que por uma vez subscrevo, palavra a palavra.
Esta fibra competitiva, este espírito inovador, são factores culturais que nos são avessos, são desafios geracionais cujos resultados só se vêem a longo prazo, mas que é preciso enfrentar desde já. Nomeadamente junto dos mais novos!
É por isso mesmo que eu apoio o projecto Pular a Cerca II, que visa exactamente fomentar a criatividade e a inovação junto dos alunos da Escola do Cerco do Porto, e lá estarei em 28 de Abril, juntamente com outros colegas que partilham esta visão.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Wolfram | Alpha

Conhecendo Wolfram Research, Mathematica, MathWorld, e tantos outros projectos de Stephen Wolfram, estou cheio de curiosidade sobre o WolframAlpha computational knowledge engine. Já me registei. Não penso que seja outro Google, mas outra coisa diferente (e que vai valer a pena esperar por Maio para ver).
E já agora, deixo esta história, que faz a ligação entre os dois fantásticos projectos, e que fará as delícias de alguns, mais dados a estas coisas da Matemática e da Programação.

domingo, 29 de março de 2009

Mamaracho horrível!

O Porto está a ficar mais bonito.
A marginal do Douro é linda.
O novo molhe da Foz criou um espaço novo, cheio de possibilidades (esperemos que a hidráulica não nos pregue nenhuma partida...)

From Portugal
Vamos ter uma esplanada nova e uma viagem ao centro da tempestade!

From Portugal
Portanto, pergunto: o que está este mamarracho aqui na Rua do Ouro a fazer?

From Portugal
Será que não aprendemos o valor económico de um espaço agradável, com história, onde as pessoas se sentem bem?

Colapso?

Já está disponível a edição portuguesa (Gradiva) do livro de Jared Diamond, Collapse. Como é que as sociedades humanas escolhem entre desaparecer ou sobreviver.
O que separa estas duas possibilidades é o conjunto de decisões de ordem política, económica e social que vamos fazendo todos os dias. E a história ensina-nos que a margem entre uma e outra é muito pequena.
É um daqueles livros que deveria ser de leitura obrigatória.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Pequeninos

Pequeninos são os que não sabem que não sabem.
Os que gostam da protecção do chefe, e decidem como o chefe quer.
Os que não decidem pela sua cabeça.
Os que não suportam que outros não pensem como eles.
Os que não gostam da dúvida.
Os que acham que morrer é obrigatório.
From Portugal

sexta-feira, 13 de março de 2009

Cidadania digital

Ser cidadão é ter direito à vida, à saúde, à educação, à habitação. E participar no destino da sociedade, votar, ser votado, ter direitos políticos. Que se faz hoje em boa medida na Internet, usando novos meios de comunicação e de participação.
A educação para a cidadania digital é assim indispensável à vida democrática.
Este blogue nasce com essa preocupação.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Afinal, sabemos ou não sabemos pensar pelas nossas cabeças?

Eu acho que sim. Que a melhor solução para escolhermos quem nos governa é a democrática, cada pessoa um voto. Cada um, usando a sua massa cinzenta, a sua capacidade de livre arbítrio, vota livremente e a escolhida é a opção mais votada. Tão simples como isto.
Será que em matéria de guardarmos e aplicarmos o nosso dinheiro, de percebermos que não pode haver D. Brancas, que o dinheiro não cresce aferrolhado num canto, que as acções não podem valorizar 10 ou 20 vezes num ano, aí precisamos de ajuda?
Que se passa com as nossas cabeças: servem para escolher quem nos vai governar e não servem para escolher o que fazer com as suas economias?

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

A Batalha do Salado

Viajando hoje entre Sevilha e Granada, passei pelo campo da batalha do Salado.
Sabia muito bem que esta batalha tinha sido travada entre o exército português, comandado pelo Rei D. Afonso IV, o Bravo, e o exército mouro, chefiado pelo rei de Granada, e que fora decisiva para pôr termo ao sonho árabe de ocupar toda a península ibérica.
Sabia ainda da célebre recusa de D. Afonso IV de aceitar a sua parte dos despojos da batalha e das nobres razões que invocou.
Não sabia que tinha sido travada em 30 de Outubro de 1340, e não sabia, confesso, onde se situava a ribeira do Salado. E gostei de ver o episódio contado neste sítio, intitulado Patriotas Españoles.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Goal average

Um dos grandes problemas nacionais. Ou como se consegue gastar tempo inutilmente. Então não há gente que usa o termo goal average num regulamento e depois não sabe o que quer dizer?!
E depois inventa. Não, não é o quociente da divisão dos golos marcados pelos sofridos, e com toda a razão, digo eu, pois se fosse teriam escrito goal ratio, certamente. Mas também não é a média de golos, apesar de ser o que exactamente quer dizer goal average. Então o que é? É a diferença de golos, o que os ingleses chamariam goal difference! A dúvida afinal era entre dois disparates!
Claro que isto não tem importância nenhuma, mas mostra a ignorância que grassa pelas cabeças que decidem. E isso é muito grave. Porque não é só no futebol. É no País todo. Basta olhar à nossa volta.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

DABA Girls

Não gosto de falar do que não sei, seja a crise, seja o Freeport.
Não tenho os dados todos, e naqueles de que disponho encaixam muitos cenários.
Mas sei uma coisa: os nossos órgãos de informação manipulam ou são manipulados com tanta facilidade que realmente só apetece dizer Tirem-me daqui!
E eis que aparecem uma 'vítimas' da crise, as meninas dos bancários de Wall Street, que afinal beneficiavam e muito do dinheiro dos outros. Dramático!

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Anda alguém a brincar conosco! 6 milhões por uma fotocopiadora?

Está tudo aqui. Será que perdemos a cabeça?
Por enquanto, é possível pesquisar na base de dados de ajuste directo do Estado aqui.
Não tenho palavras.

Origem da inimizade entre árabes e judeus

As pessoas batem-se por verdades! E quando há mais do que uma verdade, temos um problema difícil.
A inimizade entre árabes e judeus tem uma origem bíblica:
Abraão, por não ter herdeiro já aos 85 anos de vida, deita-se com sua escrava Agar, com o consentimento de sua mulher Sara, e torna-se pai de Ismael.
Mais tarde, quando Abraão tinha já cem anos de idade, nasceu o seu primeiro filho legítimo, Isaac, filho de Sara, herdeiro da Aliança de Deus, possibilitando a promessa do Senhor de que faria de Abraão o pai de uma nação. Logo após o nascimento de Isaac, Agar e Ismael, respectivamente a serva de Sara e o filho de Agar e Abraão, foram expulsos. Mas Deus protegeu-os: Ismael cresceu e tornou-se pai de um grande povo. Os ismaelitas tem sido identificados com os árabes, Maomé é descendente de Ismael, e é por isso que a inimizade entre árabes e judeus tem uma origem bíblica.

domingo, 4 de janeiro de 2009

Ribeira da Granja

Hoje, ali mesmo nas traseiras do Hotel Bessa, descobri um trecho anteriormente escondido da Ribeira da Granja (quem não conhecer, pode ver em Ribeiras do Porto)
From Portugal
Neste pobre País, com os governantes que nos governam, os autarcas que gastam o nosso dinheiro nas coisas mais extravagantes, os banqueiros que desbaratam o que sobra, os gestores de empresas públicas que gerem no seu próprio interesse, os reguladores distraídos, a promiscuidade entre política e futebol, vale-nos às vezes um momento destes para acreditarmos que é possível.